sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

DEGRADAÇÃO

Deuses criaram protetores:

Para as montanhas os gigantes.
Altos e fortes, capazes de limpar os picos enevoados e de tratar a tundra.
Para as cavernas, os anões
Pequenos mas resistentes, como os valiosos minérios que lá se formavam.
Para as águas os gnolls.
Silenciosos como a chuva, velozes como os rios.
Para os bosques os sinfos.
Leves como o pólen seriam os mensageiros da magia invisível.
Para os terrenos rochosos e as selvas fechadas, os kaorshs. Altivos e esguios,preparados para transpor obstáculos e responsáveis por dar cor ao mundo.
Os humanos receberam as planícies.
Fortes e de boa saúde, eles cuidariam do solo e amariam aquilo que lhes era dado

Devido a inveja dessas raças,os Deus os castigaram:

Os gnolls, que antes se curvavam apenas para beber a água dos rios, foram condenados a andar para sempre em quatro patas
Os sinfos, que antes viviam como um vendaval, tiveram a vida reduzida a uma leve brisa
Os kaorshs, que coloriam o mundo, foram fadados a ter as cores presas dentro de si
Os gigantes foram reduzidos a poucos, para aprenderem sobre a solidão que há na destruição
Os anões foram presos dentro das cavernas, até que as joias de que tanto se orgulhavam fossem os únicos alimentos disponíveis
Os humanos, que haviam começado todo o conflito, tornaram-se frágeis e doentes de corpo e de alma — a mais fraca
de todas as raças.

Após tanta dor e lamento, o mundo se reduziu a um deserto, e esse deserto recebeu o nome de Degradação.

Os Seis perceberam que tinham se tornado tão cruéis quanto aqueles que não honraram suas bênçãos.

Assim, eles decidiram tornar-se algo novo, sem falhas.
Assim, eles decidiram tornar-se UM SÓ

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A IDONEIDADE DE JESUS

QUANDO FALAMOS DE ESTAR PREPARADO PARA UMA TAREFA,A PRIMEIRA BASE É O " ANDAR NO ESPIRITO ",QUE ENVOLVE O CARÁTER.

QUANDO FALAMOS DO CARÁTER DE CRISTO, PODEMOS RESUMIR O ANDAR DELE COM A PALAVRA : IDONEIDADE.

ESSE CARÁTER IDÔNEO O TORNOU O MESTRE IDEAL,TANTO DO ÂNGULO DIVINO COMO HUMANO PARA  REALIZAR A TAREFA COM EFICIÊNCIA.


1. ENCARNAÇÃO DA VERDADE

2. A ENCARNAÇÃO DA HUMILDADE

3. A ENCARNAÇÃO DA SABEDORIA

4. A ENCARNAÇÃO DO CONHECIMENTO

5. A ENCARNAÇÃO DA SOLIDARIEDADE

6. A ENCARNAÇÃO DA OBEDIÊNCIA

segunda-feira, 26 de junho de 2017

πάθος APAIXONADO

πάθος APAIXONADO
πάθος ( paixão ) e επιθυμια ( desejo )
Muito se tem debatido o uso no meio evangélico da palavra "PAIXÃO "
Quando na bíblia aparece a palavra,uma delas é " πάθος ",que entre os vários sentidos significa : receber,que você foi alvo de uma ação.( Exemplo : O que Jesus sofreu é chamado de PAIXÃO DE CRISTO em Hebreus 2:9 ),mas esse é apenas uma faceta da palavra.
A outra palavra que aparece na Bíblia é επιθυμια ( desejo ),mas ligado a um alvo ou objeto que é proibido,ligado a concupiscência e lascívia,a qual você não é o alvo,mas algo que você empenhou e se entregou.
# Na paixão πάθος você é a vítima ( passivo )
# Na paixão επιθυμια você é o vilão ( ativo )
PAIXÃO ( πάθος )
Essa palavra traz em sua franja,paixão como "TENDÊNCIA".
A sua ação traz na sua etimologia a " passividade ".
Vindo da opinião e que envolve o sentimento,está ligado ao novo e relativo a quem acontece e à aquele que faz acontecer.
A palavra traz duas potências :AGIR e PADECER
São inseparáveis,porem distintas.sendo que PADECER é inferior a AGIR por 2 motivos:
1. É comum o agente encerrar em si mesmo um poder de mover do qual a ação é a atualização.
Essa potência não é o poder "operar",mas o poder " tornar-se " ou seja fazer com consequentemente fazer com que ocorra uma forma nova .
A potencia passiva é receber a forma.
2. Consiste em ser movido,mas sem mudar sua essência,caracterizado pelo movimento.
Movimento que vem de influencia exterior e de maneira gradativa
EXEMPLO: " SÓ SINTO RAIVA SE REAGIR À UMA OFENSA "
A paixão é provocada pela presença ou imagem que me leva a reagir,em sua maioria de improviso e que mostra minha dependência ou humanidade.
( Um Deus não se irrita e nem tem paixões )
A paixão só existe onde ha mobilidade e imperfeição ontológica.
Ela é um dado específico e natural do homem.
Essa paixão ( πάθος )é um fenômeno amplamente passivo para designar percepções da alma.
A paixão ( πάθος ) é quem toca a mola dos afetos,utilizando os movimentos da alma e prolongue as emoções.
Nessa definição de paixão ( πάθος ) é básico saber de que objeto e a causa se realiza essas variações afetivas.
Esse movimentos da alma não podem ser julgados,pois estão no nosso psíquico,mas cabe a ele ser responsável pelo modo como se submete a ação.
Essa ação é determinada e regulada pelo caráter e a ética que temos.É essa excelência ética ( αρετή ) que é traduzida por virtude é determinada pela forma como reagimos às paixões e como a temperamos.
Meu caráter,quando demonstrado ,de acordo com "πάθος" coloca meu comportamento emotivo em jogo.Toda escala de valores éticos πάθος é o critério É essa ação que mede o πάθος( paixão ).
Há grau além que o ser humano não pode suportar ao πάθος e há grau de abaixo que não ha como descer ( só Deus pode ter ausência total de medo ).
De acordo com essa palavra,a virtuoso não é o homem que renuncia sua paixão ou a abrandou,mas o que a aprimora de acordo com a circunstâncias.
Quem controla sua πάθος apenas aprendeu a refreá-la e o virtuoso age em harmonia, de modo conveniente e adequado.

Se eu tento resisti-la é porque não a dominei ,não sou virtuoso,não sou forte

terça-feira, 6 de junho de 2017

EMOÇÕES

UMA ABORDAGEM SOBRE AS EMOÇÕES




O QUE SÃO EMOÇÕES ?


SABEMOS QUE ESTAMOS EMOCIONADOS PELAS SENSAÇÕES E MOVIMENTOS QUE O NOSSO CORPO PRODUZ.
A EMOÇÃO SE ORIGINA DE DUAS  PALAVRAS LATINAS: " EX MOVERE " = " EM MOVIMENTO ".

A EMOÇÃO É IMPORTANTE PARA A PSICOLOGIA,POIS ESTUDAR O COMPORTAMENTO É O OBJETIVO MAIOR DELA.

DESDE A ANTIGUIDADE ATE O SÉCULO X,HAVIA UMA PREOCUPAÇÃO DELAS NO COMPORTAMENTO HUMANO

ATÉ O SÉCULO XV,DEFENDE-SE QUE AS EMOÇÕES SÃO INSTINTOS BÁSICOS QUE PRECISAM SER CONTROLADOS.

DAÍ ATÉ O SÉCULO XX,INFLUENCIADA PELO CARTESIANISMO ,FOI DESCARTADA,MAS NO SÉCULO XX EM DIANTE,ELA FOI VISTA DE OUTRA FORMA: SE O HOMEM SE EMOCIONAR,MAS COMPREENDER E ESTAR CONSCIENTE DELAS SE RELACIONA MELHOR COM O MUNDO.

ALÉM DISSO A TECNOLOGIA DESCOBRIU QUE ELA CONTRIBUI COM UM MELHOR FUNCIONAMENTO IMUNOLÓGICO.

O " STRESS " É PROVENIENTE DA EMOÇÃO OU SEJA A INCAPACIDADE DE LIDAR COM AS EMOÇÕES,CHAMADA HOJE DE " INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ".

A COMPREENSÃO DA EMOÇÃO PASSOU POR FASES:

1. JAMES LANGE ACHAVA QUE ERA UMA ALTERAÇÃO FISIOLÓGICA PROVOCADA PELOS ESTÍMULOS DO AMBIENTE E QUE E TRANSMITIDA  PELA PERCEPÇÃO SENSORIAL.


2. COGNITIVISMO  CONCEBE COMO DEPENDENTE DA PERCEPÇÃO QUE O HOMEM TEM SOBRE DETERMINADA SITUAÇÃO .


3, HENRI WALLON  ESTUDANDO CRIANÇAS LESADAS NEUROLOGICAMENTE,DEFENDEU QUE A EMOÇÃO TEM DUAS ORIGENS:BIOLÓGICA E SOCIAL E ELA É CONTAGIANTE.



                                          CLASSIFICAÇÃO




A EMOÇÃO COMO IMPULSO NEURAL QUE MOVE O INDIVÍDUO PARA UMA AÇÃO.

A EMOÇÃO É DIFERENTE DE SENTIMENTO( INFORMAÇÕES QUE SÃO SENTIDAS NAS SITUAÇÕES QUE VIVENCIA),COMO UM ESTADO PSICO-FISIOLÓGICO.

A EMOÇÃO É FILTRADA ATRAVÉS DOS CENTROS COGNITIVOS DO CÉREBRO (LOBO FRONTAL)PRODUZINDO UMA MUDANÇA PSICO-FISIOLÓGICA

" SENTIMENTO É CONSEQUÊNCIA DA EMOÇÃO COM CARACTERÍSTICAS MAIS DURÁVEIS "

AS EMOÇÕES SÃO PÚBLICAS,MAS OS SENTIMENTOS SÃO PRIVADOS
A EMOÇÃO É INCONSCIENTE,O SENTIMENTO É CONSCIENTE

ANTONIO DAMÁSIO CLASSIFICA AS EMOÇÕES COMO PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS.
AS PRIMÁRIAS SÃO INATAS E AS SECUNDÁRIAS SÃO APRENDIDAS




                                            ANÁLISE DAS EMOÇÕES




1, MEDO



É A EMOÇÃO MAIS ESTUDADA PELOS CIENTISTAS.
É A EMOÇÃO DO PERIGO,POIS CAUSA UM FORTE IMPACTO FISIOLÓGICO:

. O CORAÇÃO BATE MAIS FORTE
. FALTA A RESPIRAÇÃO
.AS MÃOS TREMEM

AS SENSAÇÕES DERIVAM DO SISTEMA NERVOSO SIMÁTICO,ADRENALINA E NORADRENALINA,ASSIM OU FUGIMOS OU ENFRENTAMOS A SITUAÇÃO.
O CORPO É PREPARADO PARA UMA AÇÃO FÍSICA: FUGA OU LUTA.
AS VEZES O MEDO É CONFUNDIDO COM A SURPRESA.
APESAR DAS DIFERENÇAS AS VEZES É CONFUNDIDO COM ANSIEDADE:

MEDO É UMA REAÇÃO À SITUAÇÃO DE PERIGO DO MOMENTO E É BREVE COM REAÇÕES FÍSICAS

ANSIEDADE É A ANTECIPAÇÃO DO PERIGO DESSE MOMENTO QUE PODE OU NÃO OCORRER E É CRÔNICO COM MANIFESTAÇÕES PSICOLÓGICAS.



2, VERGONHA


ACOMPANHA O SER HUMANO DESDE A INFÂNCIA.

ELA APARECE QUANDO SE TENTA MOSTRAR AO GRUPO QUE NÃO SE CONSEGUE ATINGIR A NORMA DO MESMO.

PRA QUE ISSO ACONTEÇA,O GRUPO TEM TEM QUE REJEITA-LO OU NÃO SE ACEITAR A SI MESMO.

QUANDO ISSO OCORRE ACONTECE UMA VASODILATAÇÃO ( O ROSTO FICA VERMELHO).

ABAIXA-SE O OLHAR,INCLINA-SE A CABEÇA.

VERGONHA NÃO É DOENÇA,MAS EM INSUFICIÊNCIA OU EXCESSO,PODEM DEMONSTRAR  UMA PERTURBAÇÃO PSICOLÓGICA OU DE PERSONALIDADE



3. ALEGRIA


ELA ENVOLVE OUTRAS EMOÇÕES ( AMOR,PAIXÃO,AMIZADE,BOM HUMOR E FELICIDADE.
ELA AJUDA A ENFRENTAR  O ÓDIO,O RANCOR E O CIÚME.

A ALEGRIA NÃO É APENAS UM SORRISO(AS VEZES ATE SE CHORA)POR ESTAREM EXTASIADAS.
O TEMPERAMENTO DEFINE MUITO A BUSCA DELA


4. RAIVA


EMOÇÃO NORMAL E NECESSÁRIA PARA A SOBREVIVÊNCIA.

ELA SURGE NA FRAQUEZA OU FRUSTRAÇÃO DE RECONHECER LIMITES.

QUANDO ATACADO PARA DEFENDER-SE ELA SURGE.

ELA É DE ORIGEM INTERNA OU EXTERNA E PROVOCA REAÇÕES FISIOLÓGICOS.

EXPRESSA-SE PELA FORÇA MAS NA VERDADE ENFRAQUECE O SER HUMANO DIRIGINDO O SISTEMA NEUROLÓGICO.

A RAIVA SE DESFAZ SE SOUBERMOS ATRAVESSÁ-LA,OBSERVANDO O INCÔMODO DELA E NÃO DEIXAR QUE ELA CONTAGIE NEGATIVAMENTE PELA AUTO CRÍTICA.


" FICAMOS EMOCIONADOS PORQUE ESTÁ EM NOSSO GENES " ( DARWIN)

" FICAMOS EMOCIONADOS PORQUE O NOSSO CORPO SE EMOCIONA " ( JAMES )

" FICAMOS EMOCIONADOS PORQUE PENSAMOS " ( EPICTETO )

" FICAMOS EMOCIONADOS PORQUE É CULTURAL " ( MEAD )














sábado, 3 de junho de 2017

Filosofia

filosofia

A HISTÓRIA DA FILOSOFIA



Em um determinado momento surge ou começa a surgir esse novo modo de pensar, isso significa que existia um outro modo prévio. Essa outra maneira de abordar a realidade era justamente o pensamento mítico.

A Origem das Epopéias Gregas Os dois grandes nomes que representam o pensamento mítico grego são: Homero, "autor" da Ilíada e da Odisséia, e Hesíodo, autor de Os trabalhos e os dias e da Teogonia.

A origem das epopéias gregas se dá num contexto de derrocada da civilização micênica ou aqueana que fora invadida pelos dórios mais ou menos no século XII a.C. A sociedade micênica, formada por penínsulas e ilhas, era constituída por famílias principescas, uma pluralidade de clãs e, do ponto de vista da estrutura geográfica, possuía um determinado tipo de relevo que beneficiava a ligação com outras regiões através do mar. Assim, as condições físicas e geográficas colaboravam para que este povo tivesse uma certa vocação para o mar, tornando-se ele uma grande via de comércio e comunicação, de aventuras e histórias imaginárias.

O homem grego procurou cantar por meio da poesia o declínio das antigas formas de viver e pensar e o surgimento de uma nova situação. As epopéias são o resultado da mistura de lendas jônicas e eólias, incorporando relatos sobre viagens marítimas e outros elementos advindos do contato do mundo grego com a cultura de outros povos. Disso tudo se conservaram a Ilíada (que trata da ira de Aquiles tendo como pano de fundo a guerra de Tróia) e a Odisseia (que conta a história de Odisseu e sua tentativa de voltar para casa) entre o século X e VIII a.C. Contudo, somente no século V ocorrerá o estabelecimento da edição dos poemas de Homero.

Ao morrer, o pai deixou a Hesíodo e ao seu irmão Perses algumas terras. Na divisão dos bens, Hesíodo achou que fora trapaceado pelo irmão. Essa polêmica é importante porque, provavelmente, servirá de tema para o seu poema Os trabalhos e os dias e para a sua visão um tanto pessimista sobre o ser humano. Escreveu vários poemas, dos quais restaram apenas alguns fragmentos. Inteiros, há apenas a Teogonia, que trata da origem dos deuses, havendo um germe do princípio da causalidade. E Os trabalhos e os dias, que procura justificar a condição humana. A Estrutura do Pensamento Mítico

Ao lermos, por exemplo, a Ilíada e a Teogonia, temos condições de perceber alguns traços fundamentais do pensamento mítico. Ou seja, a interferência dos deuses nos assuntos humanos, atuando diretamente ou criando situações; a capacidade de transformação dos deuses, seus poderes e sua relação com a natureza etc.


Com o nascimento da filosofia, os gregos foram aos poucos rompendo com o mito e a religião. Da mesma maneira o pensamento científico pretende romper com o senso comum. Assim, enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, a segunda deve transformar o senso comum em um conhecimento que chega a todas as camadas, depurado de seus preconceitos e pré-juízos

O último período da Filosofia Grega é o Helenístico (Sec. III a.C.-VI d.C.). É um período pouco estudado e muitas obras se perderam. Helenismo significa a influência da cultura grega em todo mediterrâneo oriental e no Oriente desde as conquistas de Alexandre da Macedônia e posteriormente a consolidação do Império Romano

A influência das escolas filosóficas desse período chega ao Império Romano. O grande centro cultural do helenismo foi em Alexandria, no Egito, que era uma cidade cosmopolita, unindo gregos, judeus, egípcios. A intensa produção científica valorizava as ciências naturais, sendo avançada nas áreas de matemática, geometria, medicina, linguagem, astronomia, geografia. A produção científica de Alexandria contribuiu fortemente para a ciência da Antiguidade.

 O período Helenístico se caracteriza por pensamento de escolas filosóficas, não havendo grandes mestres tais como Sócrates, Platão e Aristóteles. O importante era a corrente filosófica da qual o pensador estava vinculado e não propriamente sua originalidade e criatividade. Perde-se o caráter argumentativo, polêmico, crítico das origens da filosofia grega. É um período em que se misturam e sintetizam várias correntes de pensamentos, o ecletismo

A filosofia helenista se ocupava com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus. Apareceram aspectos místicos e religiosos no pensamento filosófico, influenciados pelo contato com o Oriente.

 Com o fim da polis grega, após a conquista de Alexandre, o Grande, o homem grego perdeu sua principal referencia ético-política: a vida na comunidade, as leis, as tradições e práticas culturais. Embora o mundo fosse grego, o homem grego sentia-se

sem raiz, pois sua referência básica era a cidade e essa havia perdido força para o império centralizado. Era preciso desenvolver uma ética forte, com conteúdos práticos e novas referências: regras de conduta, apontando o caminho em busca da felicidade pessoal nesse novo contexto de várias culturas.

 Esse período é muito importante para nós ocidentais, pois, é o período de transição da Antiguidade clássica e a idade Media Cristã, quando se dá a formação da tradição cultural da qual nos fazemos parte e somos herdeiros até hoje: dá-se o encontro entre o mundo Greco-romano e a cultura judaico-cristã.

Nesse período, duas correntes de pensamentos filosóficos gregos se destacam e vão influenciar o mundo ocidental: Estoicismo: Epicurismo.

 O período de transição para o surgimento da Filosofia Cristã


Nos primeiros séculos de sua existência, o Cristianismo ainda não possui uma doutrina e estrutura consolidadas. O Cristianismo vai sendo construindo ao longo dos primeiros séculos da Era Cristã.

Como se formou essa tradição da qual fazemos parte? Por que dizemos que nosso mundo é Ocidental? De onde vem esse pensamento? Como entender a relação entre o cristianismo, que é uma religião, e a filosofia grega, que havia rompido com o pensamento mítico e religioso e se pautava na racionalidade?

O primeiro marco da constituição do Cristianismo como religião independente foi a pregação de São Paulo, um judeu helenizado e de formação filosófica estoicista, funcionário do Império Romano, que se converteu ao Cristianismo. São Paulo fala em uma religião universal, dirigida a todos os homens, e não a religião de um povo apenas, como era o Judaísmo.

 O processo de difusão do Cristianismo é longo e vai até a sua institucionalização pelo Império Romano (391 d.C.). O cristianismo se difundiu progressivamente ao longo do sec. I a.C, com os fiéis impulsionados pela missão de São Paulo, embora não houvesse unidade em suas práticas. Era necessário, então, integrar essas comunidades cristãs. Para isso, tornava-se essencial o desenvolvimento de uma doutrina que pudesse dar identidade ao Cristianismo. A filosofia grega vai ter um importante papel na construção da doutrina cristã.

No processo inicial de difusão do cristianismo, alguns filósofos se converteram ao cristianismo e passaram a falar da filosofia cristã. Alguns desses filósofos ou teólogos rejeitavam a filosofia grega por considerá-la alheia a mensagem de Cristo e a desprezam, vendo essa forma pagã de pensamento como um caminho para o pecado e o descaminho.

 Outros pensadores cristãos, ao contrário, defendem o uso do conhecimento da filosofia grega a serviço do Cristianismo, pois sabedoria dos filósofos gregos seria essencial para a preparação da fé. De qualquer forma, mesmo os que defendiam a importância do conhecimento grego, admitem que os textos sagrados eram mais importantes e a doutrina filosófica deve estar submetida ao ensinamento religioso, ou seja, a razão está submetida à fé, pois os dogmas cristãos são verdades divinas inquestionáveis. O objetivo era usar a razão para convencer os descrentes sobre a superioridade da fé.

Os primeiros padres precisavam conquistar os governantes, que eram romanos e pagãos, para evitar a perseguição aos cristãos. Os governantes acabam se convertendo ao Cristianismo.


 A Filosofia Medieval (sec. V ao XV)



A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV. São 10 séculos ou mil anos de história, em que se consolida o feudalismo, com a nobreza no poder.

 Esse período é marcado pela força espiritual e política da Igreja católica. A nobreza é ignorante, o conhecimento fica restrito aos mosteiros. A grande questão discutida é a relação entre a fé e a razão, entre filosofia e teologia.

A filosofia cristã comportou dois grandes períodos:

 Patrística: do século I até o século VI

 Escolástica: do século XIII ao século XIV


A Filosofia Patrística (século I ao VII): difusão, consolidação e constituição do Cristianismo



É anterior ao início da Idade Média, mas é o período em que se faz a síntese da doutrina cristã e a filosofia grega, tendo forte influência para a filosofia medieval.

Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. A Patrística vem dos apóstolos Paulo e João e também de Padres da Igreja, que foram os primeiros dirigentes espirituais e políticos da Igreja após a morte dos apóstolos. Com o desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo. Não podia ser pela força, mas tinha que ser pela conquista espiritual.

Os primeiros pensadores padres elaboraram textos sobre a fé e a revelação cristã. Buscaram conciliar o cristianismo ao pensamento filosófico dos gregos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer e converter os pagãos da nova verdade. Tenta basear a fé em argumentos racionais.

 A filosofia patrística tem a tarefa de evangelizar e defender a religião cristã contra os ataques teóricos e morais do pensamento antigo.

 A filosofia patrística introduz idéias novas: a criação do mundo por Deus, pecado original, Deus e a trindade una, encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição, origem do mal.

 As idéias cristãs eram impostas pelos Padres por meio das verdades reveladas por Deus, eram verdades irrefutáveis e inquestionáveis: os dogmas. O grande tema de toda a filosofia patrística era conciliar razão e fé.

Santo Agostinho -

O principal nome da patrística é Santo Agostinho (340-430), bispo de Hipona, uma cidade no norte da África. Santo Agostinho retoma a dicotomia de Platão, mundo sensível e mundo das idéias (mundo perfeito), mas substitui o  mundo das idéias pelo mundo divino, e para se alcançar o mundo divino (o mundo perfeito), era preciso seguir o caminho da fé.

Segundo Santo Agostinho, a alma humana é superior ao corpo e, por ser superior, deve reinar e dirigi-lo à prática do bem. Segundo sua teoria da iluminação, Deus nos dá o conhecimento das verdades eternas e ilumina a razão. A salvação individual depende da submissão total a Deus. Santo Agostinho ressalta a vinculação pessoal do homem com Deus, enquanto a filosofia grega identifica o homem com o cidadão e a política. Para ele, só é possível alcançar a verdade das coisas por meio da luz de Deus, no íntimo de nossa alma.


 Filosofia da Escolástica (sec. IX ao sec. XV)


A Igreja Romana, cada vez mais forte, dominava a Europa, organizava cruzadas, criava as primeiras universidades e escolas. Essas escolas ensinavam várias matérias, gramática, geometria, aritmética, música, astronomia, todas elas submetidas à teologia. A escolástica continua o trabalho de adequar a herança do pensamento filosófico clássico às verdades teológicas.

O auge da Escolástica se dá com Santo Tomas de Aquino, no sec. XIII, que busca sua fundamentação na sabedoria de Aristóteles. A obra de Aristóteles – metafísica, lógica, científica, filosófica, passa a ser de grande interesse na época. São Tomas de Aquino vai desenvolver um sistema compatibilizando o aristotelismo e o cristianismo.

Há uma intensa retomada da filosofia grega, mas com o objetivo de compatibilizar e reinterpretar o conhecimento clássico de Aristóteles à luz das crenças religiosas. Uma das principais preocupações dos filósofos medievais era fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas da Igreja, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma.

 Nesse período, a Igreja Católica consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando muitos elementos da cultura greco-romana. É a época feudal, em que a Igreja Católica surge como força espiritual, política, econômica e cultural. Apoiada em sua forte influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval; ampliou sua riqueza, tornando-se dona de quase um terço das terras da Europa e, no plano cultural estabeleceu que a fé era o pressuposto da vida espiritual. Fé significava a crença irrestrita às verdades reveladas por Deus. É a religião que vai fundamentar os princípios morais, políticos da sociedade medieval.

A principal discussão desse momento é a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia. As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Nesse período surge propriamente a filosofia cristã, a teologia. Seu tema principal é a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal, com o propósito de explicar a relação homem e Deus, razão e fé, corpo e alma, e o Universo como hierarquia de seres, onde os superiores – divinos – dominam os inferiores.

 Santo Tomás de Aquino - É a figura mais destacada do pensamento cristão medieval. Elaborou os princípios da doutrina cristã baseado no pensamento aristotélico. Seu objetivo maior: não contrariar a fé. Para isso reviveu grande parte do pensamento aristotélico com a finalidade de nele buscar elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Enfim, fez de Aristóteles um instrumento a serviço da religião católica, ao mesmo tempo em que transformou essa filosofia em uma síntese original. Santo Tomás não adaptou a filosofia de Aristóteles ao cristianismo, mas sim fez uma sistematização da doutrina cristã.

Baseados no aristotelismo, os argumentos de São Tomás revalorizam o mundo natural, pois o mundo natural é criação de Deus. É assim que podemos conhecer Deus: por meio de sua criação, o mundo natural. Isso justifica o interesse pela investigação científica do mundo natural que surge na época e vai transformar a Europa nos séculos seguintes.


FILOSOFIA MODERNA



O Racionalismo foi um movimento cultural situado entre os séculos XVI e XIX. Mais do que mais uma doutrina gnosiológica ou teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico-científicas do homem da Idade Moderna.

Para o Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto. Seja a partir de fatos, os quais, ultrapassando a mera força dos sentidos, o homem pode, com a força da razão, abstrair e atingir condições transcendentais do mundo; seja a partir da pura intuição, que prescinde dos fatos.

O que o Racionalismo buscava, na verdade, era conhecer a essência. Por isso, não se prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes. Pela força da abstração e das concatenações racionais.

 Essa corrente se aproximava, assim, da metafísica, de Platão. Não se pode, entretanto, incorrer no erro de achar que o Racionalismo é apenas uma corrente teórica. Ao contrário, terá conseqüências também na ética e, mesmo, na política como veremos a seguir. Procuraremos também fazer a relação entre o Racionalismo e a Fé, mostrando como seus principais expoentes, Descartes, Kant e Hegel, trataram da problemática acerca de Deus e da religião, tema central das discussões filosóficas medievais, agora com as contribuições do homem moderno.


1. Contexto Histórico do Racionalismo



 Ao longo de toda a história do conhecimento humano e da Humanidade em si, vê-se que o homem sempre tentou compreender o mundo que o cercava. Desde o mito até a atual era da técnica, esse é um problema longe de ser esgotado.

Das cosmogonias e cosmologias gregas chegou-se ao Cristianismo Ocidental medieval. Nesses 10 séculos, sob a hegemonia da Igreja Católica, a Teologia estava em voga e tinha ao seu serviço a Filosofia. A concepção de mundo do homem medieval era teocêntrica e profundamente marcada pela religiosidade, ainda que nem sempre fosse aquela oficial ditada pela Igreja, haja vista que o povo simples camponês, não entendia o culto oficial e, portanto, criava o seu próprio, com mitos, superstições etc.

Entretanto as coisas começaram a mudar e já entre os séculos XIV e XV se percebia que o feudalismo entrava em crise, por razões que não nos cabe analisar aqui. O fato é que, a Idade Média Ocidental compreende aquele período de mais ou menos 10 séculos, entre a queda de Roma e a queda de Constantinopla. Predominava a Igreja, o feudalismo era o sistema que organizava a sociedade em si, herdara-se a Filosofia grega, o direito e o idioma romanos.

Falar de declínio do período medieval, não é falar, portanto, de declínio só de um dos aspectos acima. A queda do sistema feudal foi se dando por mudanças no homem e na sociedade (ao mesmo tempo em que também gerava essas mudanças), o que afetou também a hegemonia clerical.

Como acontecera na Grécia Antiga, o homem precisava agora de outras explicações para a realidade à sua volta. Com o advento das Grandes Navegações, os horizontes se expandiam. O comércio foi refervilhando aos poucos, possibilitou-se o acesso a outras culturas através de suas obras literárias, que foram sendo traduzidas. A Grécia Clássica era redescoberta e as artes sofriam efervescência. Claro que tudo isso com o patrocínio da burguesia, que queria ascender, primeiro socialmente, depois politicamente, não só com benefícios, mas com participação (se não, com detenção mesmo) do poder.

As mudanças queridas, patrocinadas e efetivadas pela burguesia foram se dando aos poucos. Nada disso aconteceu de uma hora para outra, mas com o passar das décadas e dos séculos, culminando na Revolução Francesa.

Outro aspecto a ser ressaltado é que, essa mudança de mentalidade, acarretou mudanças em todas as esferas da sociedade. Das cinzas do Feudalismo, foi se configurando o Capitalismo. Da hegemonia da Igreja Católica, veio o cisma do Ocidente. A nova ética protestante casava muito bem com o espírito do capitalismo e, portanto, com o ideal da burguesia.

Pela própria índole do Capitalismo, a expansão dos mercados era necessária. Era mister que houvesse  um espírito aventureiro e científico que possibilitasse a concretização do que se almejava. O homem voltou a ser o centro e a medida das coisas. Era o que pregava o Racionalismo. Não se pode, entretanto, presumir que com isso se nega Deus. Ao contrário, a raiz desse movimento ainda se encontrava na Idade Média. Ele assemelha-se mais à metafísica que ao Empirismo nesse ponto. O próprio Descartes, tido como o pai do Racionalismo, vai procurar justamente afirmar e provar a existência de Deus.

Também não se pode confundir o Racionalismo com o pensamento medieval. A diferença está justamente no sujeito. O Racionalismo devido ao contexto histórico no qual ocorre, procura olhar o mundo com a razão, já não mais dependente da Fé como no período medieval, mas confiando mais no ser humano e suas potencialidades: o enfoque é antropológico. O que se busca não é negar Deus, e sim afirmar o homem, enquanto ser diferente e superior aos demais, porque racional.




terça-feira, 28 de março de 2017

A disciplina da Meditação

Meditação



"A verdadeira meditação não é um truque psicológico mas uma graça teológica.”



Na sociedade contemporânea nosso Adversário se especializa em três coisas: ruído, pressa e multidões. Se ele puder manter-nos ocupados com “grandeza” e “quantidade”, descansará satisfeito. O psiquiatra C. G. Jung observou certa vez: “A pressa não é do diabo; ela é o diabo.”

Se esperamos ultrapassar as superficialidades de nossa cultura - incluindo a cultura religiosa - devemos estar dispostos a descer aos silêncios recriadores, ao mundo interior da contemplação. Em seus escritos, todos os mestres da meditação esforçam-se por despertar-nos para o fato de que o universo é muito maior do que imaginamos, que há vastas e inexploradas regiões interiores tão reais quanto o mundo físico que tão bem conhecemos. Falam das palpitantes possibilidades de nova vida e liberdade. Chamam-nos para a aventura, para sermos pioneiros nesta fronteira do Espírito. Embora possa soar estranho aos ouvidos modernos, não deveríamos envergonhar-nos de nos matricularmos como aprendizes na escola da oração contemplativa.

Concepções Errôneas Compreensíveis


Freqüentemente se indaga se é possível falar da meditação como sendo cristã.
Não é ela antes propriedade exclusiva das religiões orientais? Sempre que falo a um grupo sobre a meditação como Disciplina Cristã clássica, há o inevitável franzir de sobrolhos. “Eu pensava que os adeptos da Meditação Transcendental fossem o grupo que lidava com a meditação.” “Não venha dizer-me que nos vai dar um mantra para recitar!”
Que a meditação seja palavra tão estranha aos ouvidos do Cristianismo moderno é um lamentável comentário sobre o seu estado espiritual.
Ameditação sempre permaneceu como uma parte clássica e central da devoção cristã, uma preparação decisiva para a obra de oração, e adjunto dessa obra. Sem dúvida, parte do surto de interesse pela meditação Oriental se deve ao fato de as igrejas terem abandonado o campo. Quão deprimente é, para um estudante universitário que busca conhecer o ensino cristão sobre a meditação, descobrir que há tão poucos mestres vivos da oração contemplativa e que quase todos os escritos sérios sobre o assunto têm sete séculos ou mais de idade. Não é de admirar que tal estudante se volte para o zen, para a ioga ou para a meditação transcendental.
Certamente que a meditação não era coisa estranha aos autores das Escrituras.
“Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde” (Gênesis 24.63).
“No meu leito, quando de ti me recordo, e em ti medito, durante a vigília da noite” (Salmo 63.6).
Essas eram pessoas chegadas ao coração de Deus. Deus lhes falava, não porque elas tivessem capacidades especiais, mas porque estavam dispostas a ouvir. Os Salmos, praticamente, cantam das meditações do povo de Deus sobre a lei do Senhor: “Os meus olhos antecipam as vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras” (Salmo 119.148). O salmo introdutório do Saltério inteiro chama o povo todo a imitar o homem “bem-aventurado”, cujo “prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1.2).
Os escritores cristãos através dos séculos têm falado de um modo de ouvir a Deus, de comunicar-se com o Criador do céu e da terra, de experimentar o Amado Eterno do mundo. Pensadores tão excelentes como Agostinho, Francisco de Assis, François Fénelon, Madame Guyon, Bernardo de Clairvaux, Francisco de Sales, Juliana de Norwich, Irmão Lawrence, George Fox, John Woolman, Evelyn Underhill, Thomas Merton, Frank Laubach, Thomas Kelly e muitos outros falam deste caminho mais excelente.
A Bíblia diz que João, ao receber sua visão apocalíptica (Apocalipse 1.10), encontrava-se “em espírito, no dia do Senhor”. Dar-se-ia o caso de João ser treinado numa forma de ouvir e ver, da qual nos temos esquecido? R. D. Laing escreve: “Vivemos em um mundo secular. ... Há uma profecia no livro de Amós, de um época futura e que haverá fome na terra, 'não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor'. Esse tempo chegou. É a época presente.” Tenhamos a coragem de unir-nos à tradição bíblica e uma vez mais aprender a antiga (não obstante contemporânea) arte da meditação. Que nos juntemos ao salmista e declaremos: “Eu, porém, meditarei nos teus preceitos” (Salmos 119.78).
Há, também, os que acham que a idéia cristã da meditação é sinônima do conceito de meditação centrada na religião Oriental. Em realidade, trata-se de mundos separados. A meditação Oriental é uma tentativa para esvaziar a mente; a meditação cristã é uma tentativa para esvaziar a mente a fim de enchê-la. As duas idéias são radicalmente diferentes.
Todas as formas orientais de meditação acentuam a necessidade de afastamento do mundo. Há ênfase sobre perder a personalidade e a individualidade e fundir-se com a Mente Cósmica. Há um anseio por libertar-se dos fardos e sofrimentos desta vida e ver-se colhido na felicidade que não requer esforço, suspensa, do Nirvana. A identidade pessoal perde-se numa fusão de consciência cósmica. A separação, o desligamento, é a meta final da religião Oriental. É um escape da roda miserável da existência. Não há Deus ao qual ligar-se ou de quem ouvir.
Zen e Ioga são formas populares deste método. A meditação transcendental tem as mesmas raízes budistas, mas em sua forma Ocidental é algo aberrante. Em sua forma popular, a MT é meditação para os materialistas. Não há necessidade da mínima crença no reino espiritual para praticá-la. É meramente um método de controlar as ondas cerebrais a fim de melhorar o bem-estar fisiológico e emocional. As formas mais avançadas de MT envolvem, de fato, a natureza espiritual, e então ela assume exatamente as mesmas características de todas as demais religiões orientais.
A meditação cristã vai muito além da noção de separação. Há necessidade de separação - “sabat de contemplação”, como diz Pedro de Celles, do século XII.
Mas devemos prosseguir buscando a união. O afastamento da confusão toda que nos cerca é para que tenhamos uma união mais rica com Deus e com os demais seres humanos. A meditação cristã leva-nos à inteireza interior necessária para que nos entreguemos livremente a Deus, e também leva-nos à percepção espiritual necessária para atacar os males sociais. Neste sentido, é a mais prática de todas as Disciplinas.
Há o perigo de pensar somente em termos de afastamento, conforme indicou Jesus ao contar a história do homem que se esvaziara do mal mas não se enchera do bem. “Quando o espírito imundo sai do homem...
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior que o primeiro” (Lucas 11.24-26).
Alguns se afastam da meditação, receosos de que ela seja por demais difícil e complicada. Seria melhor deixar ao profissional que tem mais tempo explorar as regiões interiores? Absolutamente, não. Os especialistas reconhecidos neste campo nunca relatam que estão numa viagem somente para os poucos privilegiados, os gigantes espirituais. Eles ririam de tal idéia. Eles achariam ser o que estavam fazendo uma atividade humana natural - tão natural, e tão importante, quanto respirar. Dir-nos-iam que não temos necessidade de nenhum dom especial nem de poderes psíquicos. Tudo o que teríamos de fazer seria disciplinar e treinar as faculdades latentes que há dentro de nós. Qualquer pessoa capaz de abrir o poder da imaginação pode aprender a meditar. Se formos capazes de dar ouvidos a nossos sonhos, já estaremos dando os primeiros passos. Thomas Merton, que devia conhecer o assunto, escreveu: “A meditação é realmente simples; não há muita necessidade de elaborar técnicas que nos ensinem como proceder a respeito.”
Assim, pois, para que não nos extraviemos, devemos entender que não estamos nos engajando nalguma obra petulante, leviana. Não estamos solicitando o concurso de algum camareiro cósmico. O negócio é sério e até mesmo perigoso. Ele deveria demandar de nós o melhor que temos de pensamento e de energias. Ninguém deveria empreender a meditação meramente por derivativo ou porque outros a estejam praticando. Os que nela entram com tibieza, certamente vão falhar. P. T. Rorhbach escreveu: “A melhor preparação geral para a meditação bem-sucedida é uma convicção pessoal de sua importância e uma firme determinação de perseverar na prática.” Como qualquer trabalho sério, ela é mais difícil nas fases de aprendizado; uma vez que nos tornamos peritos - artífices - ela passa a fazer parte de nossos padrões de hábitos estabelecidos. “Esperar em Deus não é ociosidade”, disse Bernardo de Clairvaux, “mas trabalho maior que qualquer outro trabalho para quem não estiver habilitado.”
Há, também, os que consideram o caminho da contemplação como carente de sentido prático e totalmente fora de contato com o século vinte. Há o receio de que ela produza o tipo de pessoa que Dostoievski imortalizou em seu livro Os Irmãos Karamazov, o ascético Padre Ferapont: um homem rígido, farisaico, que por ingente esforço liberta-se do mundo, e então invoca maldições sobre este. Na melhor das hipóteses, tal meditação conduziria a outra mundanalidade insalubre que nos mantém imunes ao sofrimento da aça humana.
Tais avaliações deixam muito a desejar. Em realidade, a meditação é a única coisa que pode suficientemente reorientar nossas vidas de sorte que passamos lidar exitosamente com a vida humana. Thomas Merton escreveu: “A meditação não terá nenhum objetivo e nenhuma realidade a menos que esteja firmemente arraigada na vida.” Historicamente, nenhum grupo acentuou a necessidade de entrar nos silêncios para ouvir, mais do que os quacres; o resultado tem sido um impacto social vital que excede de muito o número dos quacres. Os próprios contemplativos eram homens e mulheres de ação. Meister Eckhart escreveu: “Ainda que a pessoa se encontrasse em arrebatamento como S. Paulo e soubesse de alguém necessitado de alimento, melhor faria alimentando essa pessoa do que permanecendo em êxtase.”
Com freqüência a meditação produzirá discernimentos profundamente práticos, quase mundanos. Advirá instrução sobre como relacionar-se com a esposa ou com o marido, sobre como lidar com este problema delicado ou com aquela situação de negócio. Mais de uma vez tenho recebido orientação sobre qual atitude tomar quando prelecionando numa sala de aula de faculdade. É maravilhoso quando uma meditação especial leva ao êxtase, mas é muito mais comum receber orientação no trato com problemas humanos comuns. Morton Kelsey disse:
“O que fazemos com nossas vidas exteriormente, o bom cuidado que dispensamos aos outros, é tanto parte da meditação quanto aquilo que fazemos na quietude e volta para o interior. Em realidade, a meditação cristã que não produz diferença na qualidade de vida exterior do indivíduo está em curto-circuito.
Pode brilhar por um momento, mas a não ser que ela resulte no encontro de relacionamentos mais ricos e mais amoráveis com outros seres humanos ou na mudança das condições do mundo que causam sofrimento, as possibilidades são de que a atividade de oração do indivíduo falhará.”
Talvez a mais comum de todas as concepções errôneas é considerar a meditação como uma forma religiosa de manipulação psicológica. Ela pode ter valor em fazer baixar nossa pressão sangüínea ou em aliviar a tensão. Ela pode até proporcionar-nos introspecções significativas ajudando-nos a entrar em contato com nossa mente subconsciente. Mas a idéia de contato e comunhão reais com uma esfera espiritual de existência parece anticientífica e fantasiosamente irracional. Se você acha que vivemos em um universo puramente físico, considerará a meditação como um bom meio de obter um consistente padrão de onda cerebral alfa. (A meditação transcendental tenta projetar exatamente esta imagem, o que a torna altamente apelativa para homens e mulheres seculares modernos.) Se, porém, você acredita que vivemos em um universo criado pelo Deus pessoal e infinito que tem prazer em nossa comunhão com ele, você verá a meditação como comunicação entre o Amante e o amado. Conforme disse Alberto, o Grande: “A contemplação dos santos é inspirada pelo amor do contemplado: isto é, Deus.”
Esses dois conceitos são completamente opostos. Um confina-nos a uma experiência totalmente humana; o outro lança-nos a um encontro divino-humano.
Um fala da exploração do subconsciente; o outro, de “descansar naquele a quem temos encontrado, que nos ama, que está perto de nós, que vem a nós e nos atrai para si.” Ambos parecem religiosos e até usam jargão religioso, mas o primeiro não pode, em última instância, encontrar lugar para a realidade espiritual.
Como, pois, chegamos a crer em um mundo do espírito? Mediante fé cega? De maneira nenhuma. A realidade interior do mundo espiritual está ao alcance de todos quantos estão dispostos a buscá-la. Com freqüência tenho descoberto que aqueles que tão gratuitamente difamam o mundo espiritual nunca tomaram dez minutos para investigar se tal mundo realmente existe ou não. Como qualquer outro trabalho científico, formulamos uma hipótese e a experimentamos para ver se é verdadeira ou não. Se nosso primeiro experimento falha, não nos desesperamos nem rotulamos de fraudulento todo o negócio. Reexaminamos nosso procedimento, talvez ajustemos nossa hipótese, e experimentamos de novo.
Deveríamos, pelo menos, ter a honestidade de perseverar nesta obra no mesmo grau que perseveraríamos em qualquer campo da ciência. O fato de que tantos se mostram indispostos a fazê-lo revela, não sua inteligência, mas seu preconceito.
Desejando a Voz Viva de Deus
Há ocasiões em que tudo dentro de nós diz “sim” a estas linhas de Frederick W. Faber:

“Sentar apenas e pensar em Deus,
Oh, que alegria é!
Pensar o pensamento, respirar o Nome;
Maior felicidade não tem a terra.”
Mas os que meditam sabem que a mais freqüente reação é a inércia espiritual, frieza e falta de desejo. Os seres humanos parece ter uma tendência perpétua de que alguém fale com Deus por eles. Contentamo-nos em receber a mensagem de segunda mão. No Sinai, o povo clamou a Moisés: “Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos” (Êxodo 20.19). Um dos erros fatais de Israel foi sua insistência em ter um rei humano em vez de descansar no governo teocrático de Deus. Podemos perceber uma nota de tristeza na palavra do Senhor: “Mas [rejeitaram] a mim, para eu não reinar sobre eles” (1 Samuel 8.7). A história da religião é a história de um esforço quase desesperado de ter um rei, um mediador, um sacerdote, um intermediário. Deste modo não precisamos, nós mesmos, de ir a Deus. Tal método poupa-nos a necessidade de mudar, pois estar na presença de Deus é mudar. Esta forma é muito conveniente porque ela nos dá a vantagem da respeitabilidade religiosa sem exigir transformação moral. Não temos necessidade de observar muito de perto o cenário de nosso país para perceber que ele está fascinado pela religião do mediador.
É por isto que a meditação nos é tão ameaçadora. Ousadamente ela nos convida a entrar na presença viva de Deus por nós mesmos. Ela diz que Deus está falando no presente contínuo e deseja dirigir-se a nós. Jesus e os escritores do Novo Testamento deixam claro que isto não é apenas para os profissionais da religião - os sacerdotes - mas para todos. Todos quantos reconhecem a Jesus Cristo como Senhor são o sacerdócio universal de Deus e como tal podem entrar no Santo dos Santos e conversar com o Deus vivo.
Parece tão difícil levar as pessoas a crer que elas podem ouvir a voz de Deus.
Membros da igreja do Salvador, em Washington, D. C., vêm fazendo experiências neste campo por algum tempo. Concluem eles: “Pensamos que somos gente do século vinte e do século vinte e um; não obstante, temos insinuações de que é possível receber instruções tão claras quanto aquela dada a Ananias. ... 'Dispõe-te e vai à rua que se chama Direita'.” Por que não? Se Deus está vivo e ativo nos negócios humanos, por que não pode sua voz ser ouvida e obedecida hoje? Ela pode ser e é ouvida por todos quantos o conhecem como presente Mestre e Profeta.
Como recebemos o desejo de ouvir sua voz? “Este desejo de voltar-se para Deus é um dom da graça. Quem imagina que pode simplesmente começar a meditar sem orar pelo desejo e pela graça de assim fazê-lo, logo desistirá. Mas o desejo de meditar, e a graça de começar a meditar, deveriam ser tomados como uma promessa implícita de mais graças.” Buscar e receber esse “dom da graça” é a única coisa que nos manterá caminhando em direção da jornada interior.
Preparando-se para Meditar
É impossível aprender, através de um livro, a arte de meditar. Aprendemos a meditar, meditando. Contudo, sugestões simples no tempo certo podem produzir uma imensa diferença. As sugestões práticas e os exercícios de meditação nas páginas seguintes são dados na esperança de que possam ajudar na prática real da meditação. Não são leis nem tencionam limitar o leitor; são, antes, umas poucas das muitas janelas que dão para o mundo interior.
Quando se atingiu certa proficiência na vida interior, é possível praticar a meditação quase em toda parte e em qualquer circunstância. O Irmão Lawrence no século dezessete e Thomas Kelly no século vinte dão eloqüente testemunho desse fato. Tendo dito isso, porém, devemos ver a importância tanto para os principiantes como para os proficientes de reservar um parte de cada dia para a meditação formal. Se milhares incontáveis podem tomar vinte minutos duas vezes por dia para recitar um mantra, não deveríamos ter menor dedicação de estabelecer momentos para meditação.
Uma vez convencidos de que necessitamos separar momentos específicos para a contemplação, devemos prevenir-nos contra a noção de que praticar certos atos religiosos em determinadas horas significa que estamos finalmente meditando.
Esta é uma obra para a vida toda. É um trabalho de vinte e quatro horas por dia. A oração contemplativa é um modo de vida. “Orai sem cessar”, exortou Paulo (1 Tessalonicenses 5.17). Com um toque de humor Pedro de Celles observou que “aquele que ronca na noite do vício não pode conhecer a luz da contemplação”.
É preciso, pois, que cheguemos a ver o quanto é central o todo de  nosso dia em preparar-nos para momentos específicos de meditação. Se estivermos constantemente entusiasmados com atividade frenética, não poderemos estar atentos nos instantes de silêncio interior. Uma mente perseguida e fragmentada por assuntos externos dificilmente está preparada para a meditação. Os Pais da igreja freqüentemente falavam do Otium Sanctum: “ócio santo”. Isso quer dizer um senso de equilíbrio na vida, uma capacidade de estar em paz durante as atividades do dia, uma capacidade de descansar e separar tempo para desfrutar da beleza, uma capacidade de regular nosso próprio passo. Com nossa tendência para definir as pessoas em termos do que elas produzem, faríamos bem em cultivar o “ócio santo” com determinação no que tange às agendas de nossas entrevistas.
E quanto a um lugar para meditação? Isto será discutido em detalhe ao tratarmos da Disciplina da solitude; por ora, bastam umas poucas palavras. Procure um lugar calmo e livre de interrupção. Sem telefone por perto. Se possível, um lugar entre árvores e plantas. É melhor ter um lugar certo em vez de andar à cata de um local diferente cada dia.
Que dizer da postura? Em certo sentido a postura não faz diferença alguma; você pode orar em qualquer parte, em qualquer momento, e em qualquer posição. Noutro sentido, porém, a postura é de máxima importância. O corpo, a mente e o espírito são inseparáveis. A tensão do espírito é telegrafada em linguagem corporal. Tenho realmente visto pessoas passarem todo um culto de adoração mascando chiclete, sem a mais leve consciência da profunda tensão em que se encontram. Não somente a postura exterior reflete o estado interior, como também pode ajudar a nutrir a atitude interior de oração. Se interiormente estamos fragmentados com distrações e ansiedade, uma postura de paz e descontração, conscientemente escolhida, terá a tendência de acalmar nosso turbilhão interior.
Não há “leis” que prescrevam uma postura correta. A Bíblia contém de tudo, desde jazer prostrado no chão até estar em pé, com as mãos e a cabeça erguidas para os céus. A posição de lótus das religiões orientais é simplesmente outro exemplo - não uma lei - de postura. O melhor método seria encontrar uma posição com o máximo de conforto e com o mínimo de distração. O excelente místico do século catorze, Ricardo Rolle, preferia estar sentado, “... porque eu sabia que eu... permaneceria mais tempo... do que andando, ou em pé, ou ajoelhado.
Porque sentado estou muitíssimo à vontade, e meu coração muitíssimo elevado”. Concordo perfeitamente, e acho melhor sentar-me numa cadeira, com as costas corretamente posicionadas na cadeira e ambos os pés apoiados no chão. Sentar-se com o corpo curvado indica desatenção e o cruzar das pernas restringe a circulação do sangue. Coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas voltadas para cima, num gesto de receptividade. Às vezes é bom fechar os olhos a fim de afastar as distrações e concentrar a atenção no Cristo vivo. Outras vezes é útil ponderar sobre um quadro do Senhor ou olhar lá fora as lindas árvores e plantas com a mesma finalidade. Sem levar em conta como se faz, o objetivo é concentrar a atenção do corpo, as emoções, a mente e o espírito na “glória de Deus na face de Cristo” (2 Coríntios 4.6).
Como Meditar – Primeiros Passos
Entra-se com muito maior facilidade no mundo interior da meditação pela porta da imaginação. Deixamos hoje de avaliar seu profundo poder. A imaginação é mais forte do que o pensamento conceitual e mais forte do que a vontade. No Ocidente, nossa tendência para endeusar os méritos do racionalismo - e ele tem mérito, sim - tem-nos levado a ignorar o valor da imaginação.
Alguns raros indivíduos talvez possam exercer a contemplação num vazio sem imagens, mas a maior parte de nós sentimos necessidade de estar mais profundamente arraigados nos sentidos. Jesus ensinou assim, fazendo constante apelo para a imaginação e para os sentidos. No seu livro Introdução à Vida Devota, Francisco de Sales escreveu:
“Por meio da imaginação confinamos nossa mente ao mistério sobre o qual meditamos, para que ela não vagueie de um lado para o outro, assim como engaiolamos um pássaro ou prendemos um falcão com sua própria correia de sorte que ele possa descansar na mão. Talvez alguém lhe diga que é melhor usar o simples pensamento de fé e conceber o assunto de uma maneira inteiramente mental e espiritual na representação dos mistérios, ou então imaginar que as coisas ocorrem em sua própria alma. Este método é sutil demais para principiantes.”
Devemos, simplesmente, convencer-nos da importância de pensar e experimentar por meio de imagens mentais. Quando crianças, isto nos vinha tão espontaneamente, mas agora, durante anos temos sido treinados a deixar de lado a imaginação, e até mesmo a temê-la. Em sua autobiografia, C. G. Jung descreve quão difícil lhe foi humilhar-se e uma vez mais jogar os jogos de imaginação de uma criança, e fala do valor dessa experiência. Assim como as crianças precisam aprender a pensar com lógica, os adultos necessitam redescobrir a realidade mágica da imaginação.
Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais constantemente incentivava seus leitores a visualizar as histórias do Evangelho. Todo exercício de contemplação que ele deu destinava-se a abrir a imaginação. Ele chegou a incluir uma meditação intitulada “aplicação dos sentidos”, que é uma tentativa de ajudar-nos a utilizar os cinco sentidos quando retratamos os acontecimentos do Evangelho. Seu pequeno volume de exercícios de meditação, com ênfase sobre a imaginação, causou tremendo impacto para o bem no século dezesseis.
É bom começar o aprendizado da meditação com os sonhos, uma vez que isto envolve pouco mais do que prestar atenção a algo que já estamos fazendo.
Durante quinze séculos os cristãos, em esmagadora maioria, consideraram os sonhos como um meio natural pelo qual o mundo do espírito irrompia em nossas vidas. Kelsey, autor de Dreams: The Dark Speech of the Spirit (Sonhos: A Linguagem Obscura do Espírito), observa: “... todos os grandes Pais da igreja primitiva, de Justino Mártir a Ireneu, de Clemente e Tertuliano a Orígenes e Cipriano, criam que os sonhos eram um meio de revelação.”
Com o racionalismo da Renascença veio certo cepticismo a respeito dos sonhos.
Então, nos dias formativos do desenvolvimento da psicologia, Freud acentuou principalmente o aspecto negativo dos sonhos, visto que ele trabalhou quase inteiramente com doenças mentais. Daí que os homens e as mulheres modernos revelaram tendência para ignorar totalmente os sonhos, ou recear que o interesse por eles redundaria em neurose. Não há necessidade de ser assim; e, de fato, se atentarmos bem, os sonhos podem ajudar-nos a encontrar mais maturidade e saúde.
Se estivermos convencidos de que os sonhos podem ser uma chave que abre a porta do mundo interior, podemos fazer três coisas práticas. Em primeiro lugar, podemos orar especificamente, pedindo a Deus que nos informe através de nossos sonhos. Devemos dizer-lhe de nossa disposição de permitir que ele nos fale deste modo. Ao mesmo tempo, é prudente orar pedindo proteção, uma vez que o abrir-nos à influência espiritual pode ser perigoso assim como proveitoso.

implesmente pedimos a Deus que nos cerque com a luz de sua proteção à medida que ele assiste nosso espírito.
Em segundo lugar, deveríamos começar a registrar nossos sonhos. As pessoas não se lembram dos seus sonhos porque não lhes prestam atenção. Manter um diário de nossos sonhos é uma forma de levá-los a sério. É, naturalmente, tolice considerar todo sonho como profundamente significativo ou como alguma revelação de Deus. Maior tolice ainda é considerar os sonhos como apenas caóticos e irracionais. No registro dos sonhos começam a surgir certos padrões e discernimentos. Em pouco tempo é-nos fácil distinguir entre sonhos significativos e os que resultam de ter visto o último espetáculo da noite anterior.
Isto conduz à terceira consideração - como interpretar os sonhos. O melhor meio de descobrir o significado dos sonhos é pedir. “Nada tendes, porque não pedis” (Tiago 4.2). Podemos confiar em que Deus trará discernimento se e quando for necessário. Às vezes convém consultar os especialistas nessas questões.
Benedict Pererius, que viveu no século dezesseis, sugere que o melhor intérprete dos sonhos é a “... pessoa muito experimentada no mundo e nos negócios da humanidade, com um amplo interesse em tudo quanto é humana, e aberta à voz de Deus”.
Como Meditar – Exercícios Específicos
Há uma progressão na vida espiritual. Não é prudente apetrechar-se para galgar o monte Everest antes de ter tido alguma experiência em picos mais baixos. Por isso eu recomendaria começar com um período diário de cinco a dez minutos. Este tempo destina-se a aprender a “concentrar-se”, “acalmar-se”, ou o que os contemplativos da Idade Média chamavam de “lembrar-se”. É tempo para ficar quieto, para entrar no silêncio recriador, para permitir que a fragmentação de nossa mente venha a concentrar-se.
A seguir damos dois breves exercícios que o ajudarão a “concentrar-se”. O primeiro é “palmas para baixo, palmas para cima”. Comece colocando as palmas das mãos voltadas para baixo, como indicação simbólica de seu desejo de transferir para Deus quaisquer preocupações que você possa ter. Interiormente você pode orar: “Senhor, eu te dou minha ira contra o João. Liberto o medo que tenho de ir ao dentista esta manhã. Rendo-te minha ansiedade por não ter dinheiro suficiente com que pagar as contas deste mês. Liberto minha frustração por não encontrar alguém que tome conta de meus filhos esta noite.” Seja o que for que pese em sua mente ou que o preocupe, simplesmente diga-o, com as “palmas para baixo”. Libere esse problema. Você pode até sentir certo senso de libertação nas mãos. Após alguns momentos de submissão, vire as palmas das mãos para cima, como símbolo do desejo de receber algo do Senhor. Você pode orar silenciosamente, dizendo: “Senhor, gostaria de receber teu divino amor para o João, tua paz com referência à cadeira do dentista, tua paciência, tua alegria.” Qualquer que seja sua necessidade, diga-a, com as palmas das mãos “para cima”. Tendo-se concentrado, passe os momentos restantes em completo silêncio. Não peça nada. Permita que o Senhor comungue com seu espírito, que o ame. Se as impressões ou direções vierem, ótimo; se não, ótimo.
Outra meditação com vistas a concentrar-se começa com a respiração. Tendo-se assentado confortavelmente, torne-se, com vagar, cônscio de sua respiração.
Isto o ajudará a entrar em contato com seu corpo e indicará o nível de tensão interior. Inspire profundamente, e com vagar vá inclinando a cabeça para trás até onde possível. Depois expire, permitindo que a cabeça venha lentamente para a frente até que o queixo quase se apóie no peito. Faça isto durante alguns momentos, orando interiormente algo assim: “Senhor, exalo o medo que tenho do exame de Geometria, inalo tua paz. Exalo minha apatia espiritual, inalo tua luz e vida.” Então, como antes, fique em silêncio exterior e interiormente. Esteja atento ao Cristo vivo no interior. Se a sua atenção se desvia para a carta que deve ser ditada, ou para as janelas que precisam ser limpas, “exale” o problema nos braços do Mestre e aspire seu divino sopro de paz. Então ouça de novo.
Encerre cada meditação com uma autêntica expressão de ações de graças.
Depois que você adquirir certa proficiência em concentrar-se, acrescente uma meditação de cinco a dez minutos sobre algum aspecto da criação. Escolha algo na ordem criada: árvores, plantas, pássaros, folhas, nuvens, e diariamente pondere sobre isso, com cuidado e em espírito de oração. Deus, que criou os céus e a terra, usa a criação para mostrar-nos algo de sua glória e dar-nos algo de sua vida. “O mais simples e mais antigo meio... pelo qual Deus se manifesta é... através da terra e na própria terra. Ele ainda nos fala por meio da terra e do mar, das aves do céu e das pequenas criaturas que vivem na terra, desde que façamos silêncio para ouvir.” Não deveríamos negligenciar este recurso da graça de Deus, pois, como nos adverte Evelyn Underhill:

“Evitar a natureza, recusar sua amizade e tentar saltar o rio da vida na esperança de encontrar Deus do outro lado, é o erro comum de uma mística pervertida. ... Assim, você deve começar com aquela primeira forma de contemplação que os antigos místicos às vezes chamavam de 'descoberta de Deus em suas criaturas'.”
Tendo praticado durante algumas semanas os dois tipos de meditação dados acima, você desejará adicionar a meditação das Escrituras. Como a calota de uma roda, a meditação das Escrituras torna-se o ponto central de referência pelo qual todas as demais meditações são mantidas em devida perspectiva. A meditatio Scripturarum é considerada por todos os mestres como o fundamento normal da vida interior. Ao passo que o estudo das Escrituras se concentra na exegese, a meditação das Escrituras concentra-se em internar e personalizar a passagem. A Palavra escrita torna-se uma palavra viva endereçada a você.
Tome um simples acontecimento, como a ressurreição, ou uma parábola, ou uns poucos versículos, ou mesmo uma simples palavra e deixe que isso crie raízes em você. Busque viver a experiência, lembrando-se do incentivo de Inácio de Loyola de aplicar todos os sentidos à nossa tarefa. Sinta o cheiro do mar. Ouça o marulhar da água ao longo da praia. Veja a multidão. Sinta o sol sobre a cabeça e a fome no estômago. Prove o sal do ar. Toque a orla do manto de Cristo. Francisco de Sales instruiu-nos a:
“... representar na imaginação todo o mistério sobre o qual você deseja meditar como se ele realmente se desse em sua presença. Por exemplo, se você deseja meditar sobre nosso Senhor na Cruz, imagine-se no monte Calvário, contemplando e ouvindo tudo quanto foi feito ou dito no dia da Paixão.”
Ao entrar na história, não como um observador passivo, mas como um participante ativo, lembre-se de que uma vez que Jesus vive no Agora Eterno e não é limitado pelo tempo, o acontecimento do passado é uma experiência viva no tempo presente para ele. Daí, você pode realmente encontrar o Cristo vivo no acontecimento, ser alcançado por sua voz e ser tocado por seu poder curador. Isto pode ser mais do que um exercício da imaginação; pode ser um autêntico confronto. Jesus Cristo realmente virá a você.
Esta não é a hora para estudos técnicos de palavras, ou de análise, ou mesmo de reunião de material para repartir com outras palavras. Ponha de lado todas as tendências à arrogância e com coração humilde receba a Palavra que lhe é dirigida. Com freqüência acho que o ajoelhar é especialmente apropriado para este momento especial. Dietrich Bonhoeffer disse: “... assim como você não analisa as palavras de alguém a quem você ama, mas aceita-as conforme lhe são ditas, aceite a Palavra da Escritura e pondere-a em seu coração, como o fez Maria. Isso é tudo. Isso é meditação.” Quando Bonhoeffer fundou o seminário em Finkenwalde, os seminaristas e professores aceitaram e praticaram meia hora de meditação silenciosa, em conjunto, sobre as Escrituras.
É importante resistir à tentação de examinar superficialmente muitas passagens.
A pressa reflete o nosso estado interior e é este estado que precisa ser transformado. Bonhoeffer recomendava passar uma semana inteira num único texto!
Além disso, você desejará viver o dia todo com o texto bíblico escolhido.
Uma quarta forma de meditação tem como objetivo levar o leitor a uma profunda comunhão interior com o Pai, na qual você olha para ele e ele olha para você.
Na imaginação, veja a si mesmo caminhando por uma bonita estrada na floresta.
Não se apresse, permitindo que o som de folhas farfalhantes e riachos frescos da floresta supere o barulho ensurdecedor de nossa moderna megalópole. Após observar a si mesmo por uns instantes, tome a perspectiva de alguém que está andando, em vez de alguém que está sendo observado. Tente sentir a brisa no rosto como se ela soprasse suavemente, levando toda a sua ansiedade. Pare ao longo do caminho para meditar na beleza das flores e dos pássaros. Quando puder experimentar o cenário com todos os sentidos, o caminho terminará, repentinamente, numa bela colina gramada. Ande pelo luxuriante e grande prado cercado por pinheiros majestosos. Após explorar o prado por algum tempo, deite-se de costas, olhando para cima, para o céu azul e para as brancas nuvens. Desfrute a paisagem e os odores. Dê graças ao Senhor pela beleza.
Pouco tempo depois há um anelo de entrar nas regiões superiores além das nuvens. Na imaginação, deixe que seu corpo espiritual, brilhante de luz, saia do corpo físico. Olhe para trás a fim de ver-se deitado na grama; acalme o corpo dizendo-lhe que você retornará em breve. Imagine o seu eu espiritual,vivo e vibrante, subindo pelas nuvens e entrando na atmosfera. Observe o seu corpo físico, a colina, e a floresta distante à medida que você deixa a terra.
Entre mais e mais no espaço exterior até que nada haja, exceto a cálida presença do Criador eterno. Descanse em sua presença. Ouça silenciosamente, prevendo o imprevisto. Observe cuidadosamente qualquer instrução dada. Com tempo e experiência você poderá distinguir prontamente entre o mero pensamento humano que pode aflorar à mente consciente e o Verdadeiro Espírito que interiormente se move sobre o coração. Não se surpreenda se a instrução for terrivelmente prática e não conter nada do que você pensava ser “espiritual”.
Não fique desapontado se não houver palavras; como bons amigos, vocês estão silenciosamente desfrutando a companhia um do outro. Chegada a hora de sair, audivelmente agradeça ao Senhor sua bondade e retorne ao prado. Ande alegremente de volta ao longo do caminho até chegar ao lar, pleno de nova vida e energia.
Há uma quinta forma de meditação, a qual, em certos sentidos, é bem o oposto da que acabamos de apresentar. Trata-se de meditar sobre os acontecimentos de nosso tempo e buscar perceber seu significado. Temos uma obrigação espiritual de penetrar o significado interior dos acontecimentos e das pressões políticas, não para adquirir poder, mas para obter perspectiva profética. Thomas Merton disse que a pessoa
“... que tem meditado sobre a Paixão de Cristo mas não tem meditado sobre os campos de extermínio de Dachau e Auschwitz ainda não entrou plenamente na experiência do Cristianismo em nosso tempo. ... Na verdade, o contemplativo deve, acima de tudo, meditar e meditar sobre essas terríveis realidades tão sintomáticas, tão importantes, tão proféticas.”
Esta forma de meditação é mais bem realizada, tendo-se a Bíblia em uma das mãos e o jornal do dia na outra! Não se deixe, porém, controlar pelos absurdos lugares-comuns políticos nem pela propaganda que nos é oferecida hoje. Na verdade, os jornais são geralmente muitíssimo superficiais e parciais para que sejam de alguma ajuda. Seria bom que levássemos os eventos de nosso tempo à presença de Deus e pedíssemos visão profética para discernir o rumo que esses acontecimentos tomam. Deveríamos, também, pedir orientação para qualquer coisa que pessoalmente devêssemos estar fazendo a fim de sermos sal e luz de nosso mundo decadente e tenebroso.
Não se desanime se no princípio suas meditações não tiverem significado. Você está aprendendo uma arte para a qual não recebeu preparo algum. Nem a nossa cultura nos incentiva a desenvolver essas habilidades. Você estará indo contra a maré, mas tenha ânimo; sua tarefa é de valor imenso.
Há muitos outros aspectos da Disciplina da Meditação que poderiam ter sido proveitosamente considerados. Contudo a meditação não é um ato simples, nem pode ser completada da forma como se completa a construção de uma cadeira. É um modo de vida. Você estará constantemente aprendendo e crescendo à medida que penetra as profundezas interiores.
(Dois tópicos intimamente relacionados com a meditação serão estudados sob a Disciplina da solitude: o uso criativo do silêncio, e o conceito desenvolvido por S. João da Cruz, que ele graficamente chama de “a escura noite da alma”.


sábado, 25 de março de 2017

Joias da Vida

Jóias da Vida


As Joias do infinito são artefatos da Marvel Comics. 

São seis (06) seres sencientes imensamente poderosos (singularidades cósmicas), transformados em pedras cósmicas pelas Entidades Cósmicas (Morte, Entropia, Infinito e Eternidade), cada representa um aspecto do universo, que são espaço (azul), mente, (amarela), alma (laranja), realidade (vermelha), tempo (verde), poder (púrpura) e uma (incolor) ligada a espada do infinito (aumenta o poder das jóias). Uma história posterior adicionou a existência de uma sétima joia, ego (dourado), apesar dessa história não fazer parte da continuidade.

Estas seriam chamadas de Joias da Alma (Soul Gems), porém este nome já em uso por outro estúdio. As joias podem ser usadas isoladamente, mas quando usadas em conjunto o portador torna-se onipotente e onisciente (deus), sendo capaz de controlar todo o universo. Como usada pelo titã Thanos, que criou a luva Manopla do Infinito, para facilitar o uso das jóias 


Espaço (azul)

Retratada também como o Tesseract. Permite ao portador existir em qualquer lugar (ou todos os lugares, onipresente), mover qualquer objeto para qualquer lugar através do universo e deformar ou rearranjar

Alma (laranja)

Possivelmente a mais perigosa, permite ao portador roubar, manipular e alterar almas, dos vivos e dos mortos. Adam Warlock foi o guardião desta gema por muitos anos, sentindo a responsabilidade por muitas almas que ele mesmo tomou. Ironicamente, a joia é o portão para um pequeno e idílico universo

Realidade (vermelha)

Retratada também como Éter. Possivelmente a mais poderosa, permite ao portador realizar qualquer desejo - mesmo que entre em contradição com as leis da física.Pode resultar em um desastre se o portador não for cuidadoso com a natureza do desejo

Tempo (verde)

Retratada também como o Olho de Agamotto. Permite ao portador total domínio do tempopassadopresente e futuro,] são todos acessíveis e visíveis com esse poder, mesmo após algumas horas depois do portador não ter mais acesso a ela. Com treinamento suficiente no uso da joia, o tempo pode ser usado como uma arma, aprisionando inimigos ou mundos inteiros em infinitos ciclos de tempo

Poder (roxa)

Retratada também de Orbe, Contém acesso a todo o poder e energia que existe ou possa vir a existir, e apoiada nas outras joias, tem seus poderes expandidos. Permite ao portador duplicar quase todas habilidades físicas, tornando-o invencível, além de imbatível quando usado o poder puro.

Ego

A sétima joia. Permite ao portador se for poderoso o suficiente saber os segredos do universo e manipular energias dimensionais. Não é uma das joias originais, este artefato originalmente era portado por Nemesis, posteriormente foi encontrado no ultraverso por Loki, numa tentativa de roubar outras joias de seus portadores.

Antes dos eventos mostrados em "Desafio Infinito", a Joia do Tempo era laranja e a Joia do Poder era vermelha. Atualmente, a Joia do Tempo é verde e a Joia do Poder é púrpura (roxa)




O ponto é que quando nossa mente está preenchida com generosidade e pensamentos de amorosidade, compaixão e contentamento, a mente se sente bem. 
Quando a nossa mente está cheia de raiva, irritação, auto-piedade, ganância e apego, a mente se sente doente.
E se nós realmente investigarmos essa questão, podemos ver que temos escolha: podemos decidir em uma grande medida que tipo de pensamentos e sentimentos ocuparão a nossa mente.
Quando pensamentos negativos surgem, nós os reconhecemos, os aceitamos e deixamos ir. Podemos escolher não segui-los, o que apenas colocaria mais lenha na fogueira.
E quando bons pensamentos vêm à mente – gentileza, carinho, generosidade e contentamento e uma sensação de não mais nos prendermos tão fortemente às coisas, podemos aceitá-los e encorajá-los, mais e mais.
Podemos fazer isso. Podemos ser os guardiões do precioso tesouro que é a nossa própria mente.



COMO CONTROLAR A MENTE

Passamos a apresentar de forma resumida os conceitos que fundamentam o padrão de funcionamento cerebral e o Programa de Controle Mental.
Cérebro e mente
O cérebro é a parte física e a mente a parte não física do nosso ser. O cérebro é um órgão fisiológico, a mente o “órgão” psicológico. Embora alguns autores dividam a mente em três partes distintas – consciente, subconsciente e inconsciente – no PCM, Programa de Controle Mental,  para simplificar dividimos a mente em duas partes: consciente e subconsciente ou inconsciente. Consciente é a parte da mente que responde à estimulação quando estamos alertas, é a parte que percebe o meio imediato. Subconsciente ou inconsciente é a parte mais profunda da mente e seria comparada ao oceano e o consciente a uma ilha. Outros preferem comparar o consciente como a ponta do iceberg, enquanto o inconsciente com a base do iceberg que está imersa e é muito maior. No subconsciente ou inconsciente está todo conteúdo censurado ou não, reprimido ou não, memórias esquecidas e conteúdos subliminares, ou seja, conteúdos que fogem da percepção do consciente. O PCM é um método que trabalha o consciente e o subconsciente ou inconsciente. Quando falarmos de inconsciente ou subconsciente neste curso estaremos falando daqui para frente na mesma coisa.
Conflitos internos: consciente x inconsciente
Nossos comportamentos, atitudes, hábitos e pensamentos são controlados pelo nosso consciente. Acontece que muitas vezes desejamos mudar um comportamento e não conseguimos. Exemplos: parar de fumar, ser mais tolerante ou fazer regime. Isto ocorre porque o subconsciente envia mensagens contrárias ao que desejamos criando barreiras, gerando conflitos internos e repetidas frustrações. Sabe-se que muitas doenças são psicossomáticas, são causadas pela mente ( psico ) influenciando o corpo ( soma ) e vice-versa. Estas doenças resultam dos constantes conflitos que temos por não conseguirmos controlar nossos pensamentos e emoções.
A solução para diminuirmos os conflitos, vencermos as doenças e conquistarmos nossos objetivos na vida é programar a mente subconsciente que se encarregará de trabalhar para nós.
Atrás de todo comportamento estão as motivações ocultas que brotam do subconsciente. Você já passou por muitas situações em que fez algo “sem pensar”, impulsiva ou irracionalmente ou não conseguiu controlar a situação. Isto acontece porque não conseguiu controlar seu subconsciente.
O PCM ensina você a dominar estas situações, porque o colocará em contato direto com sua mente subconsciente. O método ensina você controlar suas reações emocionais e o beneficiará em todos os setores da vida.
Toda informação recebida afeta seu cérebro e sua mente. Quando o telefone toca à meia-noite, se alguém lhe dirige uma palavra agressiva, ou se você dirige num trânsito caótico reagirá física e psicologicamente. Fisicamente ocorrem impulsos elétricos no cérebro, liberação de neurotransmissores, modificação na respiração e nos batimentos cardíacos.
Psicologicamente você fica irritado e tem pensamentos negativos.
O cérebro afeta a mente e a menta afeta o cérebro. Se você está irritado pode ficar com os músculos tensos e ter dor de cabeça, o que por sua vez produz pensamentos negativos, que podem deixar você mais tenso, irritado e até ficar doente.  O PCM ajuda você a relaxar o corpo e a mente, conseqüentemente a ter um equilíbrio do sistema psicofísico.
Corpo e mente funcionam interligados. O pensamento pode afetar nossa respiração, tensão muscular e sensações físicas. Estes por sua vez podem afetar nosso pensamento. Exemplo: uma pessoa com pensamento negativo fica estressada, tensa, a respiração é mais rápida e rasa; ela percebe o mundo de forma negativa. Se deixar a respiração mais lenta e profunda ficará calma e perceberá o mundo de modo positivo. Se a mente muda o corpo, o corpo pode mudar a mente.
Cérebro e memória
Os pensamentos não são apenas psicológicos, são também fisiológicos. Eles atuam como gatilhos eletroquímicos que alteram o funcionamento do cérebro. Quando pensamos liberamos neurotransmissores que acionam o sistema nervoso para que ele dê respostas físicas e mentais.
O cérebro armazena todo tipo de pensamento ou informação na forma de memória para usá-la no futuro. Veja este exemplo: você vive uma situação de ameaça por que passou numa rua escura, pensa que vai ser atacado, pois escuta alguém vindo em sua direção, o cérebro libera substâncias que vão deixar você em estado de alerta, sua respiração fica mais rápida, aumenta a ansiedade e você sai correndo do local. Fica registrada na sua memória aquela experiência de alerta que poderá ser usada em nova situação. Mesmo numa cena fictícia, semelhante à vivida na rua escura, mas vista num filme na televisão, seu cérebro vai registrar a experiência que fica armazenada como informação, pensamento, sentimento, imagens e atitudes a tomar no futuro.
Na memória estão registradas todas as experiências reais e cenas fictícias. Quando você precisa tomar uma decisão, dizer ou fazer algo, é na memória que vai buscar as informações. Se lá encontrar dúvidas, frágil será o seu comportamento. Se encontrar certeza, terá um comportamento seguro. O PCM ajuda você a armazenar informações positivas no seu cérebro.

Vimos na semana passada que a base do Controle Mental são as frases de comando CONSCIENTES que neutralizam as frases de comando INCONSCIENTES.

FRASES CONSCIENTES
FRASES INCONSCIENTES
“Sou uma pessoa tranqüila”.“Decidi ser uma pessoa tranqüila”.
“Sou comunicativo”.“Resolvi ser comunicativo”.
“Sou uma pessoa segura”.“Posso ser seguro”.
“Ganhei na loteria”.“È possível ganhar na loteria”.


As frases de comando do PCM (Programa de Controle Mental) são objetivas e não dão detalhes sobre como fazer modificações no comportamento. O que devo fazer?
As frases são objetivas para ir direto ao ponto que interessa. No PCM não há rodeios. Justamente para a mensagem ir direto para o cérebro sem que ele coloque obstáculos. Frases ou explicações longas tiram o foco do principal e isto acaba confundindo o processamento do cérebro. Observe como as propagandas na televisão são rápidas e objetivas. Elas comunicam na linguagem do cérebro, por isto muitas pessoas compram por impulso. No PCM as frases são especialmente formuladas para o cérebro ativar as capacidades adormecidas de você.
Vamos a um exemplo. Digamos que você é uma pessoa muito estressada. No PCM encontrará frases de comando como esta: “Vou respirar, relaxar e caminhar,eu  vou acalmar”. Com esta frase seu subconsciente durante o sono vai processar os verbos respirar e relaxar e também processará o verbo caminhar. Você ficará mais empenhado em respirar de modo lento e raso, nos momentos de tensão, também ficará motivado a caminhar mais.
É provável que pense em fazer exercícios físicos, praticar esportes, pintar quadros, enfim, fazer atividades para minimizar o estresse. Caberá a você pesquisar os detalhes sobre estas atividades, ver a viabilidade e partir para a ação. Busque informações, leia, estude e faça cursos para o seu desenvolvimento pessoal.
O objetivo do PCM não é ser uma enciclopédia ou manual de procedimentos para cada atividade ou para cada pessoa, dada a imensidão das atividades e dos tipos de pessoas.
Sua força está em fazer o cérebro ativar suas potencialidades ocultas.
O PCM usa ativadores ou gatilhos que vão influenciar o seu subconsciente. Os ativadores são as palavras gatilhos – verbos, substantivos, adjetivos, etc. – que desafiarão você. “Posso ser rico” é uma forma de ativar o cérebro. Na frase há dois ativadores: posso e rico.
 É preciso treinar sempre as frases de comando?
Sim. As frases podem ser repetidas durante o dia, reforçando a programação que você faz antes de dormir, de modo a se tornarem automáticas. Num determinado tempo as frases virão à sua mente sem nenhum esforço ou comando consciente. Quanto mais regularidade tiver nos exercícios, tanto mais facilmente as frases farão efeito. Todos os dias você é bombardeado por sugestões negativas. Você precisa neutralizar pelo menos parte destas sugestões com a sua própria programação. Se a mídia fala em guerra, você neutraliza com paz, se ela fala em crise econômica você neutraliza com prosperidade e assim por diante.
À medida que você for fazendo os exercícios e os resultados aparecerem, a programação mental tornar-se-á uma necessidade interior. Você perceberá que aquela “voz interior”, os pensamentos automáticos, surgirão cada vez mais fortes e dentro do padrão que você próprio estabeleceu. O erro mais comum na programação da mente é a falta de regularidade na prática do condicionamento.

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INIMIGOS DA MENTE ( PARTE 1 )


Texto: Filipenses 4:4-9 
  
Introdução: Ao caminhar nesta jornada cristã, enfrentamos muitos desafios que devemos superar para obter a vitória espiritual. Embora esses desafios sejam muitos, provenientes de uma variedade de fontes, nenhum deles é maior do que as batalhas que lutamos em nossa mente e coração. Afirmei muitas vezes que tenho mais problemas com a carne do que qualquer outra fonte externa de oposição. Juntamente com as lutas da carne, vêm as batalhas que se enfurece dentro da mente. 
  
Para entender melhor o ensinamento de Paulo nesses versículos, é preciso compreender a composição do corpo humano. Quando nós vemos somente a aparência exterior, a carne física, nossos corpos são compreendidos realmente de três porções - corpo, alma e espírito. No momento da salvação, nosso espírito é vivificado em Cristo nosso Senhor. É selado até o dia da redenção. No entanto, após a salvação, continuamos a lidar com as lutas associadas ao nosso corpo e alma. A maioria tem uma compreensão adequada do corpo, e está mesmo ciente dos desejos e cobiças fortes da carne. Muitos não entendem completamente a alma do homem. A alma é realmente a sede do intelecto - o raciocínio, vontade e emoções do corpo. É através da alma que sentimos, processamos a informação e reagimos ao que percebemos. A alma é realmente a mente do corpo. 
  
Quer queiramos admitir ou não, a maioria das batalhas que lutamos se originam dentro da mente. Paulo estava bem ciente disto, e sabia que nosso coração e mente devem estar preparados para a batalha, tanto, senão mais do que a carne. 2 Coríntios 10:3-5 – “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”. Claramente ele fala de uma batalha que se enfurece dentro da mente do crente. Considere novamente os seus pensamentos em Efésios – “pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes”. Efésios 6:12. Paulo sabia que Satanás gosta de atacar a mente; e se devemos superar esses ataques espirituais, devemos preparar e guardar nossa mente. 
  
Como veremos, Paulo lida com o coração e a mente do crente em nosso texto. A fim de vencer e desfrutar a vitória, nosso coração e mente devem estar estabelecidos no Senhor e preparados para envolver o inimigo. Vamos examinar os desafios dentro do texto ao considerar: Preparando nosso Coração e Mente

I. Um apelo para alegrar-se. V. 4

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”. Este apelo trata do coração e da mente. Considere: 
  
A. A admoestação. V. 4 - Paulo não oferece uma sugestão que pudesse ser benéfica para eles; ele admoestou os crentes a se alegrar no Senhor. Ele desejava que os crentes expressassem sua alegria e alegria no Senhor. Paulo advertiu-os a se alegrarem no Senhor. 
  
- Se você se lembra da nossa introdução, descobrimos que muitos consideram que esta é a epístola de alegria de Paulo. Repetidas vezes ele fala de alegria e regozijo no Senhor. Para viver uma vida produtiva e vitoriosa, devemos desenvolver uma atitude de alegria. 
  
B. A expectativa. V. 4 - Nós não somos estudiosos gregos, mas é interessante notar que a palavra se alegrar é falada de forma a implicar alegria contínua. Significa, literalmente, continuar a regozijar-se no Senhor. Paulo até repetiu a admoestação - novamente eu digo: Alegrai-vos. 
  
- Muitos tendem a acreditar que é difícil manter uma atitude de regozijo. Receio que confundam alegria e felicidade. Tenha em mente, Paulo está preso na prisão neste momento. A igreja em Filipos está enfrentando oposição e grande adversidade. Há pouco para gerar felicidade naquele momento, mas felicidade e alegria não são sinônimos. A felicidade depende das circunstâncias exteriores, enquanto a alegria vem de dentro. Paulo pode não ter ficado feliz com sua situação atual, mas encontrou razão para se alegrar no Senhor. 
  
- Que a verdade eterna nos permita ter a capacidade de nos alegrarmos sempre no Senhor. Nossos sentimentos vão mudar. Muitas vezes enfrentamos circunstâncias na vida que são difíceis, deprimentes e onerosas. Somos forçados a lidar com mudanças nas pessoas. Talvez você tenha colocado confiança em um indivíduo em particular, e ainda assim ele traiu sua confiança. A felicidade é muitas vezes afetada pela mudança. No entanto, podemos sempre nos alegrar no Senhor porque Ele nunca muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. As dificuldades da vida que afetam a felicidade não alteram nossa segurança no Senhor. Independentemente do que enfrentamos na vida, podemos nos alegrar no Senhor, sabendo que a vida eterna nele é prometida! Romanos 8:18 – “Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. 2 Coríntios 4:17 - “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória”. Pode parecer difícil às vezes, mas é possível se alegrar no Senhor sempre. Devemos preparar nosso coração e mente para regozijarmos Nele! 

II. Um apelo para permanecer. V. 5-7

- Compreendendo as lutas que enfrentavam, Paulo instou a igreja a permanecer firmes no Senhor. Paulo exortou-os a permanecer: 
  
A. Resilientes. V. 5 – “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor”. A igreja enfrentou muito que criou preocupação dentro de suas vidas. Eles eram frequentemente maltratados por aqueles que os rodeavam e até mesmo perseguidos por sua fé. Em tempos de desespero, eles foram tentados a abandonar sua fé e responder de igual modo às pressões que enfrentavam. Havia muito em jogo para eles se conformarem a essas pressões. Eles deveriam permanecer comprometidos com o Senhor, sendo resistentes diante da oposição. 
  
- Paulo exortou-os a viver de tal maneira que a sua moderação fosse evidente para todos os que os encontrassem. Esta é uma palavra interessante que carrega uma variedade de aplicação. Doçura razoável, generosidade, boa vontade, amizade, magnanimidade, caridade para com as faltas dos outros, misericórdia para com os fracassos dos outros, indulgência com os fracassos dos outros, suavidade, abnegação, moderação, tolerância e mansidão são algumas das tentativas de capturar o rico significado de epieikēs. Talvez a melhor palavra correspondente seja graça - a graça da humildade; a graça humilde que produz a paciência para suportar injustiça, desgraça e maus tratos sem retaliação, amargura ou vingança. Isso é contentamento. 
  
- Você terá que concordar que tal atitude e abordagem à dificuldade vai contra a natureza humana. Somos admoestados a demonstrar um espírito de graciosa humildade para com os outros, em vez de reagir com raiva ou hostilidade. Devemos permanecer pacientes e humildes diante da oposição e da adversidade. Muitas vezes é difícil conter nossas emoções. A mente imediatamente procura responder em uma postura defensiva, reagindo de forma semelhante ao que encontramos. Devemos permanecer resistentes na fé e resistir ao desejo de atacar. Ao invés de ser consumido pelo egoísmo que sempre procura nosso próprio benefício, devemos considerar os outros, mesmo à custa de nossos sentimentos e orgulho. Não podemos permitir que um momento de fraqueza, por meio da raiva ou do orgulho, prejudique nosso testemunho. O Senhor está próximo; Ele virá logo, e temos de fazer tudo o que pudermos para alcançar aqueles que permanecem separados Dele. 
  
B. Confiante. V. 6a – “Não andeis ansiosos por coisa alguma”. Devemos entender o que Paulo está procurando transmitir. Alguns podem olhar para isto e discernir que Paulo está defendendo uma vida de abandono imprudente, vivendo descuidadamente e irresponsavelmente. Esse não é certamente o caso. A palavra traduzida como "ansioso" tem a ideia de "preocupação excessiva, ser incomodado com cuidados". Paulo exortou a igreja a permanecer confiante no Senhor, descansando em Sua graça e confiando Nele. Eles não deveriam estar ansiosos com suas vidas ou o futuro. Não havia motivo para preocupação ou medo desnecessário. Ele não repreende uma preocupação genuína, mas uma preocupação sem sentido. 
  
- Agora, vou admitir que sou fraco nessa área. Eu me preocupo mais do que deveria. Quando confrontado com situações que causam grande preocupação, eu permito que essas preocupações consumam minha mente. Eu costumo pensar nelas por longos períodos de tempo. Ao fazê-lo, eu permito que o inimigo ocupe a minha mente sem pagar aluguel! Eu abro a porta e o acolho para uma estadia prolongada. Se você é honesto, muitos de vocês terão que admitir o mesmo. 
  
- Precisamos entender que tal ansiedade e preocupação são realmente pecado. Estamos, em essência, declarando que não confiamos no Senhor para satisfazer nossas necessidades. Talvez não conscientemente, mas pensamos que Deus é de alguma forma incapaz ou não quer fazer nada sobre nossa situação. Ao invés de entregar a Deus nossos problemas e descansar em Sua capacidade de lidar com eles, nós os carregamos e sofremos sob a pesada carga que eles trazem. Jesus advertiu sobre essa ansiedade no Sermão da Montanha, Mateus 6:25-34. A preocupação é carregar a carga de amanhã com a força de hoje – carregando dois dias de uma só vez. Isso é se move para o amanhã antes do tempo. A preocupação não esvazia o amanhã de sua tristeza, esvazia o hoje de sua força. 
  
Conclusão: Eu esperava poder passar por esses versículos hoje, mas há muito a considerar. Esta passagem é relevante e necessária para nossas vidas, e eu preciso de tempo necessário para recolher a grande verdade que ela oferece. Vamos observar a última parte do versículo seis em nosso próximo sermão. 
  
O Senhor falou com você hoje através dessa mensagem até agora? Você é capaz de se alegrar, mesmo quando a vida é difícil? Você responde com espírito de graça quando confrontado ou maltratado por outros? Você tende a se preocupar mais do que deveria? Se assim for, exorto-o a buscar o Senhor por força e sabedoria que necessita. A vitória é possível, mas temos de vencer a batalha que muitas vezes cresce em nossa mente. 




INIMIGOS DA MENTE ( PARTE 2 )
Texto: Filipenses 4:7

Introdução:

1. Existem inúmeros modos de "pensamentos errados", que são prejudiciais a nossa paz de espírito.
2. Vamos observar alguns deles...

I. Inimigos da mente - O perfeccionismo.

A. Algumas pessoas não podem ser felizes com qualquer coisa aquém da perfeição - quer em si mesmos ou nos outros. Eles simplesmente não podem tolerar "fraqueza" em ninguém.
B. Qualquer um que esteja seriamente tentando servir a Deus se esforça para a perfeição.
1. O Senhor deseja que o nosso objetivo seja a perfeição - Mateus 5:48.
2. Mas, realisticamente, devemos perceber que nenhum de nós vai chegar a um estado de perfeição permanente, enquanto aqui na terra. Devemos estar conscientes de que Deus sabe que somos, “carne” (Salmo 78:39).
C. Não existem pessoas perfeitas.
1. Você não tem um cônjuge perfeito (nem você é um cônjuge perfeito).
2. Seus filhos não são infalíveis.
3. Você não vai encontrar líderes perfeitos na igreja. Embora os bispos devem ser "irrepreensiveis" ou "sem culpa" (I Timóteo 3:2, Tito 1:6), essas descrições são usadas apenas em um sentido relativo.
4. Nenhum pastor é perfeito.
5. Mas, se uma pessoa não se incomoda com suas próprias fraquezas, nunca haverá um esforço para crescer.
6. O apóstolo Paulo estava ciente de seus próprios esforços (Romanos 7:15; I Coríntios 9:27).
D. Tentar melhorar.
1. Trabalhe em teu caráter.
2. Mas não seja tão perfeccionista que não consiga levar uma vida feliz.
3. Não faça você mesmo e todos ao seu redor miseráveis com demasiadas exigencias e expectativas irreais.
E. Devemos reconhecer que as pessoas estão em diferentes níveis de maturidade.
1. Alguns têm personalidades fortes, portanto, caráter firme.
2. Alguns têm no fundo melhores vantagens.

II. Inimigos da mente - Pessimismo.

A. W.C. Fields disse certa vez: "Comece cada dia com um sorriso e termine cada dia com um." Alguém disse: "O homem vem a este mundo molhado, com fome e chorando, e é tudo o que traz de lá". 
B. O termo pessimismo deriva de uma expressão latina que significa "o pior". Este conceito geralmente se manifesta de duas formas.
1. O pessimismo filosófico (em geral, característico do ateísmo). Acredita que o mundo é tão atormentado com a dor e o mal que a vida realmente não vale a pena viver.
2. O pessimismo psicológico. A visão de que a vida é de pouco valor, tais que nada de positivo é alcançado. Este pessimista sente que não é bom, tem pouco talento e nenhuma influência benéfica.
C. A vida cristã está em oposição ao pessimismo. A vida é maravilhosa porque:
1. Nós somos criaturas feitas à imagem de Deus (Gênesis 1:26).
2. Embora o homem pecou, um sistema redentor foi disponibilizado através do sacrifício de Cristo.
D. O exemplo de Cristo é talvez o melhor argumento contra a visão pessimista da vida.
1. Considere Hebreus 12:2 - " o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz".
2. Considere também Romanos 8:18, juntamente com Filipenses 4:4.

III. Inimigos da mente - Raiva.

A. Um dos maiores perigos de todas as emoções humanas é a raiva. A raiva pode ser um assassino, tanto física como emocionalmente.
B. Nem sempre é pecado ficar com raiva.
1. Deus se ira com o ímpio todos os dias (Salmo 7:11).
2. Jesus se irava de vez em quando (Marcos 3:5). No entanto, Jesus nunca cometeu pecado (I Pedro 2:22).
3. Paulo escreveu: "Irai-vos e não pequeis: e não se ponha o sol sobre a vossa ira" (Efésios 4:26).
C. Os gregos tinham palavras diferentes para os vários tipos de raiva.
1. "Thumos" sugere uma raiva que vem de repente, mas desaparece rapidamente.
2. "Orge" é menos espontânea, mas permanece por mais tempo.
3. Barclay escreveu: "A raiva, que é egoísta, apaixonada, indisciplinada, e descontrolada, inútil e prejudicial, é uma coisa pecaminosa, que deve ser banida da vida cristã".
D. Os gregos antigos acreditavam que a raiva era a fonte de muitos males. O hebraico do Antigo Testamento também salienta o perigo da raiva descontrolada.
1. Provérbios 16:32 - "Aquele que é lento para a cólera é melhor do que o poderoso”.
2. Provérbios 22:24 - "Não faça amizade com um homem irritado".
3. Provérbios 19:19 - "Um homem de grande ira tem de sofrer punição".
4. Provérbios 25:28 - "Aquele que não pode conter o seu próprio espírito é como uma cidade derribada, que não tem muros".
E. Várias das reações físicas que ocorrem quando uma pessoa fica com raiva.
1. Aumento da taxa de respiração.
2. As pupilas se dilatam.
3. Os músculos se contraem.
4. Aumenta a freqüência cardíaca
5. Aumenta os níveis de açúcar no sangue e aumenta a pressão arterial.
6. A digestão é mais lenta.

Conclusão:
1. A fim de desfrutar da paz de espírito, devemos aprender a evitar o perfeccionismo, o pessimismo e a raiva.
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INIMIGOS DA MENTE ( PARTE 3 )


Texto: Filipenses 4:7

Introdução:

1. Deus deseja que tenhamos paz em nossas vidas. Paulo escreveu: "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e mentes em Cristo Jesus" (Filipenses 4:7).
2. Mas às vezes não temos a paz em nossas vidas. Não por causa de qualquer culpa em Deus, mas por causa de nossa própria culpa.
3. Considere algumas das maneiras pelas quais nos privamos da paz que Deus deseja que tenhamos.

I. lealdade dividida.

A. O "dualismo" é a condição de sermos atraídos para direções opostas ao mesmo tempo. 
B. Jesus reconheceu o problema do dualismo, quando disse: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não pode servir Deus e a Mamom" (Mateus 6:24).
C. Muitas pessoas são infelizes porque simplesmente não podem fazer as suas mentes decidir em que direção eles querem ir.
1. Às vezes, seus corpos estão na igreja, enquanto seus corações estão no mundo.
2. É uma coisa patética ver alguém que tem medo de ir para o inferno, mas realmente não deseja ir para o céu.
3. O profeta Elias poderia perguntar a muitos em nossa geração: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos" (I Reis 18:21).
4. Lembre-se das palavras de Jesus à igreja de Laodicéia, registrada em Apocalipse 3:16 – “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."
D. Tiago lembra-nos que “um homem de mente dobre é instável em todos os seus caminhos” (Tiago 1:8). Tiago também nos lembra: "Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?" (Tiago 3:11) .
E. Às vezes o “dualismo” pode evoluir para uma grave psicose muito conhecida como a esquizofrenia.
1. A palavra vem de duas raízes significa "dividir" (esquizo) e "mente" (zofrenia).
2. A esquizofrenia, é a forma mais comum de demência, responsável por cerca de vinte por cento de todos os internados por doença mental.
F. Os cristãos devem trabalhar para fortalecer suas mentes contra distrações que nos afastam de Deus. Considere Colossenses 3:2-3.Também Mateus 22:37.

II. Egoísmo.

A. Considere os pontos de vista diferentes sobre o ego.
1. Os filósofos gregos, enfatizaram "conheça te a ti mesmo"
2. Os ascetas, enfatizaram "conter-se a si mesmo".
3. Os hedonistas, enfatizaram "disfrutem".
4. O ensinamento de Jesus é o único que ensina que a verdadeira satisfação só pode ser alcançada por aquele que "negar-se a si mesmo" (Lucas 9:23).
5. Somente reverenciando o nosso Criador, e guardando os seus mandamentos, que irá resultar em plenitude (Eclesiastes 12:13).
6. Quando uma pessoa destrona Deus de sua vida e coroa-se a si mesmo, ele está se privando do contentamento e felicidade verdadeira.
B. O egocentrismo se manifesta de várias maneiras.
1. Uma pessoa que é teimoso em não servir os outros, nunca pode ser verdadeiramente feliz.
2. Quando uma pessoa se torna hipócrita, seus fracassos constantes geram nada além de frustração.
3. Sempre que uma pessoa desenvolve uma atitude de auto-piedade, ele destrói sua tranqüilidade emocional. Considere o homem no Salmo 73. Quando observada a prosperidade dos ímpios, ele entrou em estado de desespero.
4. O egoísmo é um dos traços de caráter mais desinteressante que se possa imaginar. Considere Atos 20:35.
5. A auto adulação, uma pessoa que pensa de si mesmo além do que deveria, também é prejudicial (Romanos 12:3). Alguém já disse que muitas pessoas "fizeram-se a si mesmas" e estão apaixonadas com seu criador.

III. Espírito irreconciliável.

A. Um dos maiores inimigos da paz de espírito é um espírito amargo que as feridas (real ou imaginada) por meses ou mesmo anos, nunca deixa ir, mas sempre abrigando os ressentimentos do passado.
B. Jesus nos instruiu sobre como resolver o problema quando alguém peca contra nós (Mateus 18:15-17).
1. Primeiro, temos de ir ao ofensor. Se ele ouvir, a questão deve ser resolvida e devemos perdoá-lo.
2. Se ele se recusar a ouvir, iremos a ele novamente, desta vez com duas ou três testemunhas.
3. Se o agressor ainda se recusa a ouvir, estão falamos para a igreja. Nós não conseguimos nada, deixando o problema persistir, constantemente trazendo-o a outros, ou sempre meditando sobre o assunto.
C. Considere a parábola do servo impiedoso (Mateus 18:21-35).
1. Um homem devia ao seu senhor uma quantia enorme de dinheiro.
2. Como ele não podia pagar, o seu senhor amoroso teve compaixão dele e perdoou a dívida.
3. O homem, perdoado, em seguida encontrou alguém que lhe devia uma pequena quantia de dinheiro.
4. Quando esse devedor pediu compreensão, não foi dada.
5. Quando o senhor daquele servo ouviu esta atitude de ódio, ele mandou lançar o servo implacável na prisão.
6. Se não perdoarmos aos homens de coração, Deus não nos perdoará.
D. Quando uma pessoa diz, "Eu te perdôo, mas não vou esquecer", ele está simplesmente dizendo: "Eu não vou te perdoar."
1. Alguém já disse: "Quando você enterrar o machado de guerra, esqueça onde está enterrado."
2. Se não conseguirmos perdoar os outros, então não seremos capazes de receber o perdão que precisamos tão desesperadamente.

Conclusão:
1. Você está deixando esses inimigos da mente roubá-lo de sua saúde mental?
a. Lealdade dividida.
b. Egoímo.
c. Espírito irreconciliável.