QUERO
POSSO
DEVO
Jogar lixo no chão,colar na prova,pagar propina... comportamentos percebíveis no dia à dia e corriqueiras na nossa cultura.
O problema é que isso reflete na formação das nossas crianças e a corrupção está muito mais perto de nós do que imaginamos.
Sabemos dos profissionais anti éticos,os quais chamamos de políticos,mas será que nós somos éticos?Será que podemos atirar pedras neles?
O QUE É ÉTICA?
Vindo do grego ἦθος ( ethos) significando: modo de ser ou " conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, logo, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.
Alguém considerado ético é alguém que é exemplo em seu modo de ser,apesar de nao ser o mesmo que moral,tem a ver já que alguém que é ético tem boa índole,bons costumes,princípios e valores
Ser ético não é fácil,pois à todo momento somos tentados,porém se refletirmos o final do processo,essa tarefa se torna prazerosa com resultados duradouros.
Criticamos os relaxados e intensamente anti-éticos,porém no dia à dia estamos no começo dos que já percorrem um longo caminho:
Temos uma personalidade que nasce conosco,mas um caráter que é formado de acordo com as informações que recebemos,e isso que poderá tornar a sociedade possível ou não.
MORAL: Aquilo que está de acordo com os bons costumes e regras de conduta proposta com honestidade e pudor
IMORAL: É tudo que contraria o que foi exposto acima
AMORAL: É aquele que não tem consciência do que é moral ou ética,e estes conceitos ele não leva em conta.Algo bem presente em civilizações primitivas.
VALORES: Características de uma determinada pessoa ou organização que determinam o comportamento e interação das pessoas.
PRINCÍPIOS: Linhas morais ou éticos que dirigem o comportamento de uma pessoa,linhas mestras que as quais a pessoa se move.
LEIS : São princípios,regras ou normas colocadas no papel,moldadas num código moral.
Essas colocações é que determinarão o que QUERO,POSSO e DEVO.
TUDO QUE QUERO EU POSSO?
TUDO QUE EU POSSO EU DEVO?
TUDO QUE DEVO EU QUERO?
Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental : ÉTICAS HUMANÍSTICAS.
Tomam o ser humano como seu princípio orientador, seguindo o axioma de Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas":
.O hedonismo, por exemplo, ensina que o certo é aquilo que é agradável. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. O individualismo e o materialismo modernos são formas atuais de hedonismo.
.O utilitarismo tem como princípio orientador o que for útil para o maior número de pessoas. O nazismo, dizimando milhares de judeus em nomes do que é útil, demonstrou que na falta de quem decida mais exatamente o sentido de "útil", tal princípio orientador acaba por justificar os interesses de poderosos inescrupulosos e o egoísmo dos indivíduos.
.O existencialismo, por sua vez, defende que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Seu principio orientador é que o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte. O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna, que tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual.
A ÉTICA CRISTÃ, por sua vez, parte de diversos pressupostos associados com o Cristianismo histórico.
Tem como fundamento principal a existência de um único Deus, criador dos céus e da terra. Vê o homem, não como fruto de um processo evolutivo (o que o eximiria de responsabilidades morais) mas como criação de Deus, ao qual é responsável moralmente.
Entende que o homem pecou, afastando-se de Deus; como tal, não é moralmente neutro, mas naturalmente inclinado a tomar decisões movido acima de tudo pela cobiça e pelo egoísmo (por natureza, segue uma ética humanística ou naturalística).
Um outro postulado é o de que Deus enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo para salvar o homem. Mediante fé em Jesus Cristo, o homem decaído é restaurado, renovado e capacitado a viver uma vida de amor a Deus e ao próximo. A vontade de Deus para a humanidade encontra-se na Bíblia. Ela revela os padrões morais de Deus, como encontramos nos 10 mandamentos e no sermão do Monte. Mais que isso, ela nos revela o que Deus fez para que o homem pudesse vir a obedecê-lo.
A ÉTICA CRISTÃ, em resumo, é o conjunto de valores morais total e unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo.
Não é um conjunto de regras pelas quais o homem poderá chegar a Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu.
Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que são a vontade de Deus para todos os homens, de todas as culturas e em todas as épocas.
Sob o ponto de vista do antropocentrismo, considerado uma "ciência do homem", os seres humanos são responsáveis por todas as suas ações, sejam elas culturais, sociais, filosóficas ou históricas, por exemplo.
Assim, a visão antropocêntrica defende que o mundo, assim como todas as coisas que nele existem, é de benefício maior dos seres humanos. Essa doutrina cria uma independência humana da figura divina, que por muitos séculos foi predominante em quase todo o mundo.
O antropocentrismo surgiu na Europa, sendo o Heliocentrismo de Copérnico e o Humanismo dois dos seus principais marcos. De acordo com Nicolau Copérnico (1473 - 1543), a Terra girava ao redor do Sol e não ao contrário, como se pensava naquela época.
A teoria de Copérnico se opunha totalmente ao modelo geocêntrico que caracterizava o Teocentrismo, e que era defendido pela Igreja Católica naquele momento.
Etimologicamente, a palavra antropocentrismo se originou a partir do grego anthropos, que significa "humano", e kentron, que quer dizer "centro".
Antropocentrismo e Teocentrismo
Ambos são conceitos antagônicos. Ao contrário do antropocentrismo, o teocentrismo consiste na ideia de que "Deus é o centro do mundo". Este foi um conceito muito presente durante a Idade Média, quando a religião exercia uma influência massiva na sociedade.
O processo de transição entre o teocentrismo e o antropocentrismo teve início entre os séculos XV e XVI, com o surgimento do humanismo renascentista e de outros movimentos liderados por filósofos, estudiosos e artistas.
A mudança do teocentrismo para o antropocentrismo ainda representou várias mudanças sociais, como a substituição do modelo feudalista para o capitalismo mercantil, o início das grandes navegações, e ainda a passagem da Idade Média para a Idade Moderna
Barroco
Barroco é um estilo artístico que surgiu no século XVI e se estendeu até o começo do século XVIII, caracterizado por ter uma estética com excesso de ornamentos e representações do divino.
O estilo barroco é marcado pelo rebuscamento, requinte e exagero de adornos. Este movimento surgiu com a missão de resgatar as ideias teocentristas e conter a Reforma Protestante de Martinho Lutero. Desta forma, agia como uma ferramenta da Contrarreforma.
Nascido de uma livre interpretação das formas clássicas, o estilo representava uma oposição ao racionalismo do Renascimento, que primava pela harmonia e simplicidade. Ou seja, atuava numa época marcada pela dualidade: o teocentrismo medieval e o antropocentrismo do Renascimento.
A influência do movimento barroco partiu da pintura, mas também chegou à arquitetura, escultura, música e literatura, onde teve especial importância no desenvolvimento das artes no Brasil.
Entre os principais nomes do barroco europeu, destaque para o holandês Rembrandt, o espanhol Diego Velásquez, e o italiano Caravaggio.
Dicionários do século XVII passaram a usar o termo barroco como adjetivo para qualificar aquilo que era "irregular" ou "dispendioso". Inicialmente, esta era considerada uma acepção pejorativa.
Contexto histórico: como surgiu o estilo barroco?
Com a Reforma Protestante de Martinho Lutero, em meados do século XVI, a Igreja Católica começava a perder muitos fiéis, principalmente entre os membros de uma nova classe que estava em ascensão na época: a burguesia.
Como forma de reforçar os ensinamentos católicos foi fundada a Companhia de Jesus (1534), sendo o estilo barroco um fruto desta necessidade da Igreja Católica de propagar os princípios da religião.
Desta forma, o barroco se expandiu como uma arte religiosa, com a construção de gigantescas catedrais, igrejas e capelas. Nas artes plásticas o destaque era para as esculturas e pinturas de santos e episódios bíblicos.
Com o passar do tempo, no entanto, o estilo rebuscado e rico em detalhes ornamentais que inicialmente era aplicado nas igrejas, passa a ser usado também em palácios. Aliás, muitas das construções antigas que hoje fazem parte do patrimônio histórico mundial são do período barroco, principalmente em Portugal e no Brasil.
Durante o século XVIII, o movimento sofreu várias adaptações. Uma delas foi o estilo Rococó na França, assim chamado devido aos ornatos de um capitel de coluna em forma de espiral e desenhos de conchas que eram frequentemente empregados.
Barroco no Brasil
Foi o primeiro movimento artístico com expressão no país, ainda no período colonial, a partir da influência dos jesuítas portugueses. Ou seja, o barroco brasileiro está diretamente relacionado com o português.
Inicialmente, a arte barroca no Brasil era usada pelos jesuítas como uma ferramenta no processo de catequização. Posteriormente, no entanto, passou a ser vista como um "lembrete" do poder e importância da palavra de Deus.
A produção artística do barroco brasileiro tem suas primeiras representações no século XVII, com a descoberta das minas de ouro e pedras preciosas, e o rápido enriquecimento de algumas camadas da população.
Desenvolveu-se na capitania de Minas Gerais, com a descoberta das jazidas de ouro e diamantes, e também no Nordeste, que acumulava riquezas do período de exploração da cana-de-açúcar.
Nestas regiões estão as maiores obras da arte barroca brasileira, como as igrejas de Salvador, ou em Ouro Preto e Mariana, com as esculturas de Aleijadinho marcando a influência do estilo no país.
Burguesia:
Burguesia é uma classe social do regime capitalista, onde seus membros são os proprietários do capital, ou seja comerciantes, industriais, proprietários de terras, de imóveis, os possuidores de riquezas e dos meios de produção.
Burguesia é a qualidade do burguês. É o oposto do proletariado, a classe operária, cujo único bem é a força de trabalho. Do latim "burgus", que significa fortaleza, ou do alemão "burgs", pequena cidade.
Origem da burguesia
A palavra burguesia vem de "burgo", nome dado às cidades medievais, habitadas em boa parte por mercadores, que foram chamados de burgueses. Essa burguesia comercial, enriquecida pela prática do comércio, foi aos poucos se infiltrando na aristocracia e passou a dominar a vida política, social e econômica a partir da Revolção Francesa, firmando-se no correr do século XIX.
Com o tempo a burguesia veio a diversificar-se em alta burguesia, detentora dos meios de produção, e média e pequena burguesia (no século XX designadas como classe média), que engloba aqueles que exercem profissões liberais e todos aqueles que estão ligados, de alguma forma, às altas esferas econômicas e às classes dirigentes.
O CLASSICISMO
Classicismo foi um movimento de renovação artístico literário que surgiu na Itália, no século XVI, durante o movimento renascentista, que tinha o significado de renascimento das obras da Antiguidade Clássica da Grécia e de Roma.
Os artistas e intelectuais renascentistas consideravam a Antiguidade Clássica greco-romana como um exemplo a ser seguido, porém não se limitavam a imitá-la, buscavam criar obras originais que representassem as aspirações de sua época.
O Renascimento começou na Itália e se espalhou por outros países da Europa. Os abundantes vestígios materiais da antiga civilização existente em toda a Itália serviram de fonte de inspiração e estímulo para os artistas desse movimento. O Renascimento é considerado o marco inicial da era moderna.
Características do Classicismo
As obras produzidas no período do Classicismo favoreceram o surgimento de uma nova maneira de compreender o mundo. Com base na herança cultural da Antiguidade Clássica apresentaram as seguintes características:
- O universalismo buscava o equilíbrio entre os sentimentos e a razão permitindo alcançar uma representação universal da realidade, desprezando o que fosse puramente ocasional e particular.
- O racionalismo buscava retomar a ideia de que a arte era fundamentada na razão, que controlava a expressão das emoções.
- Ao lado das histórias bíblicas, que eram representadas, as histórias da mitologia grega e romana entraram na moda e passaram a ser usadas como motivos estéticos, sendo temas de quadros, esculturas, decoração de tetos e paredes etc.
- As palavras latinas foram incorporadas à língua literária que se tornou mais rica e sutil. O soneto, criado no século XIII, tornou-se a forma poética mais usada. Algumas composições literárias medievais, como o auto, são abandonadas, preferindo-se a comédia e a tragédia segundo os modelos gregos.
O que é Quinhentismo:
Quinhentismo é o nome dado para as manifestações literárias que surgiram no Brasil nos primeiros anos do século XVI, durante o período de descobrimento das características nativas do país pelo povo europeu.
O nome Quinhentismo faz referência ao ano de 1500, considerado o marco de início desta etapa, quando as terras brasileiras foram descobertas pelos portugueses. Neste período, o Brasil ainda não era um país, mas apenas uma das colônias de Portugal e não possuía qualquer tipo de produção artística ou intelectual genuinamente brasileira.
O Quinhentismo é marcado pelo ponto de vista do europeu sobre o Brasil, ou seja, as impressões sobre a fauna, a flora e, principalmente, os indígenas, o povo nativo das "novas terras descobertas".
As narrativas contavam histórias focadas nas ambições, intenções e objetivos do homem europeu, em busca de novas terras e riquezas. Esses textos eram produzidos principalmente por aventureiros, jesuítas e missionários que passavam pelas terras brasileiras.
Características do Quinhentismo
- Textos informativos e descritivos;
- Crônicas de viagens;
- Utilização de adjetivos;
- Produzida pelo homem europeu;
- Linguagem simples;
- Destaque para a conquista material e espiritual;
Arcadismo:
O Arcadismo foi um movimento literárioque surgiu na Europa no século XVIII. O movimento foi caracterizado pela valorização da vida bucólica, vivida no campo e com simplicidade. O Arcadismo também valorizava muito os elementos da natureza.
A escola literária também ficou conhecida como Setecentismo porque surgiu no começo dos anos 1700. Também foi chamada de Neoclassicismo, como uma referência ao Classicismo da antiguidade greco-romana, já que o movimento fez um retorno às tradições clássicas desse período.
O movimento recebeu o nome de Arcadismo porque se originou em uma região da Grécia Antiga chamada Arcádia, onde supostamente era a morada do deus Pan.
Os escritores do período, que ficaram conhecidos como árcades, buscavam se distanciar da forma de escrita do Barroco, a escola literária anterior, que era caracterizado por exageros e excessos.
Os autores do Arcadismo costumavam assinar seus trabalhos com pseudônimos baseados nos nomes de pastores da poesia grega ou latina. Isso explica a presença da mitologia greco-romana e do pastoralismo nas obras arcadistas.
Temas tratados no Arcadismo
Os poetas árcades escreviam sobre temáticas relacionadas com as belezas do campo e a paz da natureza, contemplando a vida simples. Costumavam criticar e desprezar a vida nas grandes cidades e centros urbanos, pela agitação e pelos problemas da vida moderna.
Os árcades eram formados pela sociedade burguesa da época, que repudiava o comportamento mais "selvagem" da vida social. Eles preferiam a simplicidade do "homem natural" como ideal de vida, como escreveu o filósofo Jean-Jacques Rousseau.
Características do Arcadismo
Entre as principais características do Arcadismo estão:
- obras inspiradas em modelos clássicos greco-latinos e renascentistas,
- influência da mitologia pagã e da filosofia francesa,
- forma de escrita simplificada,
- poetas simples e humildes,
- bucolismo e pastoralismo,
- busca por valores da natureza,
- escrita em tom confessional,
- espontaneidade dos sentimentos,
- apego pela vida simples,
- valorização da pureza, beleza e ingenuidade,
- uso de expressões em latim.
Expressões em latim
Era muito comum que os autores arcadistas usassem expressões em latim nos seus textos. Veja alguns exemplos de expressões encontradas nos textos do período:
- carpe diem: significa aproveite o dia, era usado em referência à vida simples que os árcades tinham como ideal,
- fugere urbem: a expressão era usada com o significado de fugir da cidade ou fugir da confusão da vida urbana,
- inutiliza truncat: expressão que significa retirar os excessos, usada em uma referência aos excessos de escrita dos poetas do período Barroco.
Romantismo:
Romantismo foi um movimento artísticodo século XIX que teve influência na literatura e nas várias manifestações da arte.
É uma expressão usada para designar uma situação que envolve um universo romântico, poético ou romanesco. Está associado à ternura, à paixão e a sensibilidade. O mundo cor de rosa da juventude feminina está intimamente ligado ao romantismo.
O romantismo surgiu graças a mudanças de mentalidade que ocorreram no fim do século XVIII. O romantismo foi marcado pelo regresso ao mundo medieval e uma oposição ao classicismo grego.
A designação "romântico" foi usada pela primeira vez por volta de 1750 em Inglaterra de forma pejorativa em relação a novelas pastoris e de cavalaria. No entanto, mais tarde o sentido depreciativo foi perdido, sendo usado por Rousseau como sinônimo de pitoresco ou sendo usado para descrever uma sensação causada por uma paisagem.
Romantismo na literatura
Romantismo foi um movimento literário que começou no final do século XVIII, na Europa, quando alguns escritores abandonaram as regras de composição e estilo dos autores clássicos, e passaram a falar da natureza, do sofrimento amoroso num tom pessoal e repleto de melancólico, fazendo da literatura uma forma de desabafo sentimental. Essa nova tendência começou na Alemanha, chegou à Inglaterra e à França, estendendo-se para outros países.
Os escritores voltaram-se para a nostalgia dos tempos medievais, época da formação de suas nações, valorizando os heróis e as tradições populares, numa reação à cultura aristocrática que ainda vigorava. No século XIX, o Romantismo atinge sua maior intensidade, tornando-se um traço marcante do Romantismo como estilo de época.
A fundamentação teórica do romantismo na literatura surgiu na Alemanha, através de Hegel, Schelling e Fichte, filósofos do idealismo clássico (também conhecido como romantismo filosófico).
Romantismo nas artes plásticas
O Romantismo foi uma escola estética que surgiu, paralelamente ao romantismo literário, como reação ao classicismo e ao neoclassicismo e se caracterizou pelo subjetivismo, pela liberdade de assuntos, de composição, de cores etc., a arte utilizada como meio de expressão e de sentimentos
Características do Romantismo
O romantismo é um movimento da literatura, das artes plásticas, da música e da arquitetura que surgiu na Europa entre o final do século XVIII e início do século XIX, principalmente na Alemanha, na Inglaterra e na Itália.
Ele tinha como principal objetivo fazer oposição ao classicismo, ao racionalismo e ao iluminismo.
Veja as principais características do romantismo:
1. Oposição ao clássico
Para o romantismo era importante que o movimento fizesse uma ruptura com os modelos artísticos do classicismo. Assim, uma das características mais marcantes desse movimento, tanto na literatura como nas artes, foi a oposição aos modelos clássicos.
O melhor exemplo desta característica é a ausência de modelos ou padrões estéticos clássicos que eram consagrados até então.
A oposição ao modelo clássico trouxe a diminuição da formalidade na escrita, com mais uso dos chamados versos brancos (livres) e com menos preocupação com a métrica e com as estrofes exatas.
2. Valorização da liberdade de expressão
No movimento romântico, a liberdade de expressar-se era bastante valorizada. Os textos em prosa, mais longos e com ênfase na liberdade de criação dos artistas ganharam mais espaço nessa época.
A valorização da liberdade de expressão também foi percebida na música do período romântico, principalmente pela abertura a novos temas e pela inclusão de recursos sonoros que não eram usados até o surgimento do romantismo.
Frédéric Chopin, Franz Schubert e Richard Wagner são exemplos de compositores que se destacaram pela liberdade de expressão e pelo uso de sons de orquestra em suas composições.
3. Faziam crítica social
A Revolução Francesa e suas consequências tiveram influência sobre o movimento romântico. As consequências sociais da Revolução causaram um profundo desencanto na sociedade da época e, como consequência disso, existia uma vontade de fugir da realidade, além de um sentimento quase utópico por um mundo melhor.
O pintores John Constable e Francisco Goya , por exemplo, costumavam expressar em suas obras as críticas sobre os problemas sociais que surgiram a partir da Revolução Industrial.
4. Supervalorização dos sentimentos
A origem do romantismo é ligada ao movimento alemão chamado sturm und drang, que significa "tempestade e ímpeto". Por isso, outra característica marcante do romantismo é a presença de emoções exageradas, carregadas de sentimentalismo.
O homem romântico defendia uma estética artística que valorizava muito mais a expressão do sentimento do que a razão, ou seja, havia uma supervalorização das suas emoções. A literatura romântica identifica-se com a idealização do ser amado, que é inatingível, como algo perfeito que dificilmente será alcançado.
Nas obras do romantismo estão claramente expressos os sentimentos do artista, como pessimismo, tristeza, tédio, sonho, angústia e amor. Este sentimentalismo do artista romântico fez com que a segunda geração do movimento fosse chamada de ultrarromantismo.
5. Presença de sentimentos pessimistas
A presença de sentimentos pessimistas era muito forte no romantismo. Essa característica expressava o profundo tédio que o artista sentia pela vida, assim como sua dor pela existência e a valorização da tristeza e da morte.
O poeta inglês Lord Byron é o escritor romântico mais conhecido pelo pessimismo. Graças a ele a segunda geração do romantismo ficou conhecida como "Byroniana" ou "mal do século".
Neste contexto, muitas obras do período são marcadas por terem um tom muito pessimista em relação à realidade.
6. Manifestação de subjetividade e individualidade
As obras no contexto artístico do romantismo tinham como característica a valorização de temas que expressassem o sentimento individual e subjetivo do artista. Essa característica se manifesta pela supervalorização dos sentimentos mais íntimos dos artistas românticos.
Na literatura, por exemplo, a presença do "eu" e das obras escritas em primeira pessoa deixa clara essa característica da individualidade.
Estes sentimentos eram, de maneira geral, vividos por todos, o que causava uma certa contraditoriedade no movimento, pois o romantismo pregava o sentimento individualizado, porém de forma universalizada.
7. Exaltação do nacionalismo e do folclore
O nacionalismo e o folclore também são características notáveis do romantismo. O nacionalismo é facilmente percebido pela evidência que passou a ser dada aos valores e aos princípios dos autores.
O amor ao país passou a ser destacado na produção artística do período. Da mesma forma, os folclores regionais também foram mais valorizados pelos artistas românticos, que se inspiravam em cantos e histórias populares.
REALISMO
Realismo foi um movimento artístico surgido na França no século XIX, no período da Revolução Industrial, que teve grande influência na produção artística desse período. Mais tarde o movimento alcançou outros países da Europa e o Brasil.
O realismo teve manifestações artísticas em várias áreas, como arquitetura, teatro e escultura. Mas foi na pintura e na literatura que o movimento teve mais expressão.
Conheça as características mais marcantes do realismo:
1. Retratava os problemas e as desigualdades sociais
Essa é uma das características mais marcantes desse movimento artístico. A obra produzida nesse período retratava a realidade da vida em sociedade. As transformações sociais e políticas que aconteceram no períodos e as desigualdades sociais que surgiram a partir disso foram os temas mais presentes no realismo.
A preocupação com a retratação da realidade foi resultado do momento histórico do movimento, que surgiu durante o período da industrialização, na Revolução Industrial.
Uma das grandes consequências desse período foi a clara divisão que passou a existir entre a classe burguesa e a classe dos trabalhadores (proletariado). A partir da industrialização os trabalhadores passaram a deixar o trabalho no campo para buscar trabalho nas fábricas nas grandes cidades.
Ao mesmo tempo que a burguesia passou a viver melhor com o aumento da produção, os trabalhadores viviam em más condições de vida e com baixos salários nas cidades.
Gustave Courbet (1819-1877), Jean-François Millet (1814-1875) e Théodore Rousseau (1812-1867) foram alguns dos pintores que retrataram a realidade social em suas obras.
2. Era uma forma de oposição ao romantismo
O realismo, como o próprio nome indica, demonstrava os aspectos mais reais dos acontecimentos e das pessoas. Por ter surgido depois do período do romantismo deixou clara a diferença que existia entre esses dois movimentos artísticos.
Ao contrário do romantismo, que tinha características mais subjetivas, o realismo era mais muito mais objetivo e voltado a exibir a realidade da maneira mais verdadeira possível. Não existiam as idealizações que são tão marcantes no romantismo. Os heróis românticos e sonhadores, que eram idealizados e exaltados no período do romantismo, deram lugar ao protagonismo das pessoas mais comuns e reais.
As diferenças em relação ao romantismo eram bem claras, tanto na pintura como nas obras de literatura. O maior comprometimento era demonstrar a realidade da vida em sociedade e a humanidade dos personagens retratados.
Saiba mais sobre o Romantismo e as Características do Romantismo.
3. Criticava a Igreja Católica e a burguesia
Outra característica muito presente no realismo é a crítica direcionada principalmente à burguesia e à Igreja Católica.
Como o realismo foi um movimento mais atento à realidade e à análise crítica da sociedade, o comportamento da burguesia também foi muito criticado na obra produzida durante o período. A principal crítica era ao enriquecimento burguês que era resultado da exploração do proletariado.
Da mesma maneira, a doutrina e alguns posicionamentos da Igreja Católica passaram a ser um assunto muito presente na obra do período.
4. Análise mais psicológica do comportamento humano
No realismo, principalmente na literatura, começaram as ser exibidas as características psicológicas dos personagens, que dava a eles uma personalidade mais real. Eram demonstrados os aspectos mais reais, como os defeitos, qualidades, dúvidas e fraquezas que eram comuns a qualquer ser humano.
Os problemas nas relações entre as pessoas, os conflitos morais e pessoais também foram muito presentes na literatura realista.
Essa característica é marcada principalmente pela presença de um narrador, muitas vezes na terceira pessoa, que apresenta as características e os conflitos emocionais vividos pelos personagens. Além disso, o uso quase excessivo de detalhes na descrição dos personagens e das situações dava um aspecto mais real aos comportamentos descritos.
São consideradas as primeiras obras literárias representantes do realismo: Madame Bovary (do francês Gustave Flaubert) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis).
5. Visão científica dos acontecimentos
O realismo corresponde a um período em que existiram grandes avanços no campo da ciência e da tecnologia e isso refletiu muito na arte que foi produzida na época. A teoria evolucionista criada por Charles Darwin e o surgimento de máquinas a vapor são exemplos.
Dessa maneira, a visão mais crítica da sociedade, a partir dos avanços registrados na época passou a ser uma presença constante no realismo. A visão da evolução da ciência e das pesquisas influenciou na observação mais crítica dos acontecimentos sociais e políticos para a sociedade.
Além disso, o realismo retratou a influência dos avanços tecnológicos na sociedade, como a diminuição e a piora das condições de trabalho a partir da entrada das máquinas nas linhas de produção, que foi uma forte consequência da Revolução Industrial.
NATURALISMO
O naturalismo ocorre basicamente na mesma época do realismo; alguns dizem que o naturalismo é apenas uma manifestação do realismo mas as diferenças são bem visíveis.
O naturalismo tenta explicar que o homem é modificado pelo ambiente em que vive e que a natureza influi na razão. Diferente do romance realista que presa a classe social dominante, o romance naturalista presa a comunidade mais pobre
PARNASIANISMO
O Parnasianismo é a forma poética do Realismo.
- Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, dai as palavras raras e rimas ricas.
- Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
- Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosáico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
- Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal. Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
- Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas ABBA.
- Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.
- Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
- Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
- Temática Greco-Romana: A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.
SIMBOLISMO
Na Europa, o simbolismo inicia-se na última década do século XIX e avança pelo início do século XX, paralelamente as tendências do pré modernismo. O misticismo, o sonho, a fé e a religião passam a ser valores em busca de novos caminhos
Características gerais:
- Uso de figuras de linguagem (sinestesia e aliteração)
- Musicalidade (A música acima de tudo)
- Valorização das manifestações espirituais e metafísicas
- Rebusca valores românticos
- Aversão ao que é real
- Amor ao lúdico e sublime
- Tenta buscar a essência do ser humano
- Oposição entre matéria e espírito
MODERNISMO
O modernismo foi um movimento artístico que surgiu no começo do século XX, tanto na Europa como no Brasil.
O movimento influenciou todas as formas de expressão artística: a pintura, as artes plásticas, a literatura e a arquitetura.
Conheça as características mais marcantes do modernismo:
1. Rompimento com padrões tradicionais
O desejo pelo rompimento com os padrões estéticos formais e tradicionais é uma das caraterísticas mais fortes do modernismo.
O artistas que faziam parte do movimento modernista fizeram uma quebra de padrões de movimentos antigos, como o simbolismo e o parnasianismo.
Na literatura a quebra de padrões tradicionais é bem clara pela presença de um sentimento anarquista motivado por um desejo de mais liberdade. O uso de uma linguagem menos formal e mais coloquial também representa o rompimento com o tradicional da época.
2. Influência de opiniões e pensamentos
Outra característica marcante do movimento modernista é a presença dos pensamentos e opiniões dos artistas nas suas obras. No modernismo as opiniões sobre política e outros acontecimentos sociais passaram a fazer parte das obras produzidas.
O modernismo, principalmente na segunda fase (1930 - 1945), se caracterizou por ser uma forma de manifestação de ideias e de discussão sobre questões sociais. Assim, os temas mais comuns e cotidianos foram uma grande influência na arte produzida durante o modernismo.
3. Características próprias no modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro (1922 - 1960) buscava por características que fossem próprias do movimento no país, em uma tentativa de se diferenciar um pouco do movimento no resto do mundo.
São exemplos do modernismo no Brasil o uso do senso de humor e a crítica das situações do cotidiano. Outra característica marcante do modernismo brasileiro foi a busca constante pela liberdade total nas formas de criação e expressão artísticas.
A crítica radical de questões sociais e políticas também foi muito frequente no Brasil, inclusive com a publicação de manifestos artísticos com um forte caráter de crítica social, como a publicação do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Manifesto Antropófago e do livro Casa Grande e Senzala.
4. Uso de curvas e ondulações
Na arquitetura e na pintura modernista o uso de curvas é uma característica muito marcante.
O arquiteto catalão Antoni Gaudí é o representante mais famoso da arquitetura desse período. As construções de Gaudí têm a marca de muitas formas curvilíneas. No Brasil o arquiteto Oscar Niemeyer foi um famoso representante da arquitetura de formas curvas
5. Liberdade de formas e de criação
Essa característica é muito presente principalmente na literatura modernista.
A liberdade de criação, além do uso de formas livres, se conectava com a liberdade temática. Na literatura modernista existia uma espécie de permissão para que qualquer assunto pudesse ser transformado em obra literária.
Os autores passaram a usar a pontuação de forma diferente ao que era costume até então, muitas vezes deixando o texto com um aspecto quase caótico.
Os autores desse período usavam uma linguagem escrita informal e mais próxima da realidade da fala. Os versos escritos tinha mais liberdade e o uso da linguagem com pouca formalidade aproximou os textos poéticos dos textos escritos em prosa.
Prosa:
Prosa é o estilo natural de falar e escrever, com ausência de musicalidade, rima, ritmo e outras particularidades da estrutura poética. Consiste na conversa cotidiana usada pelas pessoas para se expressarem racionalmente.
O texto em prosa é objetivo e pouco ambíguo, apresentando, por norma, uma análise e narração sobre determinado assunto, por exemplo.
Existem dois principais tipos de prosa: narrativa e demonstrativa. A prosa narrativa é a história ficcional, como os contos, as crônicas, as novelas e os romances, por exemplo, conjunto este que forma a chamada "prosa literária".
Já a prosa demonstrativa ou não-literária se refere ao discurso que seja mais didático, como ensaios, cartas, diálogos, tratados, textos jornalísticos e técnicos.
Popularmente, costuma-se usar a expressão "dois dedos de prosa" para indicar que determinada pessoa deseja conversar com outra sem formalidades.
No sentido figurado da palavra, prosa ainda pode ser sinônimo de pessoa astuta, que tem muita lábia ou excesso de orgulho.
Exemplo: "O seu namorado estava cheio de prosa ontem".
Este termo se originou diretamente a partir do latim prosa, que significa "comunicação direta e livre".
Saiba mais sobre o significado de narrativa.
Prosa e Poesia
São ambos estilos literários distintos e opostos. Enquanto a prosa dispensa o uso de uma estrutura harmoniosa, com o uso de ritmos, versos e estrofes, por exemplo, a poesia é composta por todos estes elementos.
Prosa poética
A prosa poética é o texto que apresenta forma de prosa, mas função de poesia, usando para isso algumas características típicas dos textos poéticos, como aliteração, metáfora, sonoridade das frases, etc. Mas, a estruturação do discurso permanece alongada, assemelhando-se a um romance ou conto, por exemplo
Poesia:
Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa. É uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras.
No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela.
Existem determinados elementos formais que caracterizam um texto poético - como por exemplo, o ritmo, os versos e as estrofes - e que definem a métrica de uma poesia.
A métrica de um poema consiste na utilização de recursos literários específicos que distinguem o estilo de um poeta.
Os versos livres não seguem nenhuma métrica. O autor tem liberdade para definir o seu próprio ritmo e criar as suas próprias normas. Esse tipo de poesia é também designada por poesia moderna, na qual se destacam elementos do modernismo.
A poesia em prosa também dá autonomia ao autor para compor um texto poético não constituído por versos (desde que haja harmonia, ritmo e a componente emotiva inspirada pela poesia).
Modernismo ou Movimento Moderno foi um movimento artístico e cultural que surgiu no começo do século XX, e seu objetivo era quebrar com o "tradicionalismo" da época, experimentando novas técnicas e criações artísticas.
O modernismo ficou marcado por transformações vertiginosas e caóticas, além da efemeridade e sensação de fragmentação da realidade. Os artistas modernistas sentiam a necessidade de mudar o meio em que viviam, experimentando novos conceitos.
Acreditava-se que as formas “tradicionais” das artes plásticas, design, literatura, música e cinema estava totalmente ultrapassadas. Devia-se “criar” uma nova cultura, com o objetivo de transformar as características culturais e sociais já estabelecidas, substituindo-as por novas formas e visões.
Os artistas modernos, a partir dessas novas formas artísticas que se estabeleciam, desenvolviam as suas técnicas de criação e reprodução, fazendo surgir subjetivamente uma nova forma de pensar o sistema vigente. O modo de pensar e o posicionamento do artista perante os processos da modernidade (a mudança, a efemeridade e a fragmentação), eram de extrema importância para a formação de uma estética modernista.
Características do Modernismo
- Libertação da estética
- Quebra com o Tradicionalismo
- Liberdade para experimentações
- Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação e etc)
- Linguagem com humor
- Valorização do cotidiano
Modernismo no Brasil
No Brasil o Modernismo foi um movimento de grande importância, pois os artistas brasileiros ansiavam por uma libertação estética, ou seja, deixar de "sugar" as vanguardas que surgiam na Europa e criar um modelo novo e independente de arte.
O ponto de partida do Modernismo no Brasil é considerado a Semana de Arte Moderna, que aconteceu em entre os dias 11 e 18 de fevereiro 1922, em São Paulo.
Também conhecida por "Semana de 22", o evento era formado por um grupo de intelectuais que buscavam o rompimento com o "antigo", trazendo influências das vanguardas europeias com o intuito de criar um novo modelo.
Entre os principais artistas representantes e que participaram da Semana de Arte Moderna estão: Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Pichia, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeira, Di Cavalcanti, entre outros.
O Modernismo no Brasil é marcado por três principais momentos.
Primeira fase do Modernismo
Também conhecida como "Fase Heroica", teve início com a Semana de Arte Moderna, em 1922, e ficou registrado como um momento para renovações da estética.
Os artistas se inspiravam nas vanguardas que surgiam na Europa. Esta fase também ficou conhecida por causa da formação de importantes grupos modernistas, como o Movimento Antropófago (1928-1929) e o Manifesto Regionalista (1926).
Entre os artistas que se destacam nesta fase, estão: Oswald de Andrade (1890-1954), Mário de Andrade (1893-1945) e Alcântara Machado (1901-1935).
A primeira fase do Modernismo durou oito anos, entre 1922 e 1930.
Segunda fase do Modernismo
A "Fase de Consolidação", como também é chamada a segunda fase do Modernismo brasileira, tem como característica a exploração por temas nacionalistas e regionalistas. As obras artísticas do movimento moderno passam por um amadurecimento
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Raquel de Queiroz (1902-2003), Jorge Amado (1912-2001), Cecícila Meireles (1901-1964), Vinícius de Moraes (1913-1980) e Érico Veríssimo (1905-1975) são alguns dos destaques desta fase.
A segunda fase do Modernismo teve a duração de 15 anos, entre 1930 e 1945.
Terceira fase do Modernismo
Esta fase é motivo para muitos conflitos entre os estudiosos. Alguns defendem-na como fase "Pós-Modernista", considerando o seu término nos anos 1960, no entanto existem outras teorias que dizem que seu fim foi nos anos 80, e há ainda quem considera a terceira fase do Modernismo ainda presente nos dias atuais.
Como principal característica desta período está o predomínio e diversidade da prosa (intimista, regionalista, urbana e etc). Outro destaque foi a formação do grupo "Geração de 45", que tentava produzir uma poesia mais neutra, com tons sérios, sendo chamados de "neoparnasianos" (vanguarda clássica que era rejeitada pelos modernistas).
Vanguarda:
Vanguarda significa frente, dianteira, parte anterior. É um substantivo feminino, do francês “avant-garde” (estar na frente, à dianteira de um movimento). São sinônimos de vanguarda: anteguarda, front. São antônimos de vanguarda: retaguarda, cauda.
No âmbito militar, vanguarda é a primeira linha de um exército, de uma esquadra, em ordem de marcha ou de batalha.
Vanguarda é a parcela mais consciente e combativa, ou de ideias mais avançadas, de qualquer grupo social. Por extensão, é um grupo de indivíduos que por seus conhecimentos ou por uma tendência natural, exerce papel de precursor ou de pioneiro em determinado movimento cultural, artístico, científico etc.
Vanguarda europeia
A Vanguarda europeia foi um período caracterizado por movimentos artísticos nas artes plásticas, literatura, música, arquitetura e cinema, muitas vezes provenientes de países diferentes, com propostas específicas, embora se aproximassem certos traços mais ou menos comuns, como o sentimento de liberdade criadora, o desejo de romper com o passado, a expressão da subjetividade e certo irracionalismo.
Esses movimentos surgiram na Europa, no século XX, antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial. Paris era o grande centro cultural europeu da época, de onde as novas ideias artísticas se irradiavam para o resto do mundo ocidental. Os mais conhecidos movimentos da vanguarda europeia foram: o Futurismo, o Cubismo, o Expressionismo, oDadaísmo e o Surrealismo.
Surrealismo:
Surrealismo foi um movimento artístico e literário de origem francesa, caracterizado pela expressão do pensamento de maneira espontânea e automática, regrada apenas pelos impulsos do subconsciente, desprezando a lógica e renegando os padrões estabelecidos de ordem moral e social.
A origem do termo "surrealismo" ocorreu em 1917, através de G. Apollinaire, sendo uma palavra com o significado de "o que está acima do realismo". Apesar disso, enquanto movimento artístico e literário, só surgiu em França na década de 1920.
O surrealismo tinha como objetivo ultrapassar os limites à imaginação que tinham sido criados pelo pensamento burguês e sua tradição lógica e pelas ideias artísticas que estavam em vigor desde o Renascimento.
O movimento surrealista evoluir apesar de ter estado em risco de ser exterminado, porque surgiram manifestações contrárias baseadas no anarquismo. Muitos pensadores do movimento trocavam acusações, afirmando que não seguiam os propósitos do surrealismo. Apesar deste clima de tensão, o surrealismo prosperou e influenciou o pensamento humano, porque criou uma nova concepção do mundo e do ser humano, mas também uma mudança relevante no processo artístico.
Alguns estudiosos afirmam que o surrealismo esteve em processo de gestação até 1924, quando surgiu o Manifeste du Surréalisme (Manifesto do Surrealismo), da autoria de Breton. Em substituição do sistema de valores que pretendiam abolir, os dadaístas e os primeiros surrealistas recorreram às teorias psicanalíticas, de recente difusão, para formular um novo pensamento poético.
Com o início da II Guerra Mundial, os surrealista se espalharam e pouco tempo depois o movimento foi dissolvido na Europa, porque existiam divergências de opiniões entre os membros e posições políticas distintas.
Confira as principais Características do Surrealismo.
Surrealismo na Literatura
Os surrealistas defenderam uma ótica particular para interpretar o mundo da Natureza e das ações humanas. Esta ótica também explicava a função da poesia e da arte, de uma forma totalmente liberta do predomínio da razão.
As obras literárias Les Chants de Maldoror (Os Cantos de Maldoror), do Conde De Lautréamont, e o poema Le Bateau Ivre (O Barco Ébrio), de Rimbaud, são apontadas por vários especialistas como as principais obras que antecedem o surrealismo, porque exploram com intencionalidade o sonho e o inconsciente.
Os criadores do surrealismo foram L. Aragon, Ph. Soupault, P. Éluard, B. Péret e, sobretudo, André Breton, após o fim do grupo dadaísta, que era liderado por T. Tzara. Este grupo tinha como missão abolir as regras tradicionais estéticas e éticas, porque acreditavam que estas tinham contribuído para o início da I Guerra Mundial.
Surrealismo na Arte
No âmbito da arte, o pintor catalão Salvador Dalí é um dos nomes mais conhecidos do surrealismo. Na primeira fase do movimento, foram seguidas noções do dadaísmo como os pré-julgamentos, que criaram objetos fora do contexto, ou objetos surrealistas.
Muitos artistas usavam meios técnicos tradicionais da pintura, e representavam mitos, fábulas e sonhos, que seguiam as normas surrealistas criadas em 1924 por Breton. Algumas dessas normas eram a exaltação dos processos oníricos e da imaginação, assim como demonstrações da paixão erótica e do humor corrosivo, que eram manifestações opostas à cultura tradicional burguesa e aos valores morais definidos na sociedade.
A Galerie Surrealiste (Galeria Surrealista) foi fundada por um grupo em 1926 e a partir de 1930 o surrealismo começou a se propagar para além de França. Algumas exposições importantes foram organizadas na Dinamarca, Checoslováquia, Canárias, Londres, Nova Iorque e também em Paris (1938), onde foram reveladas obras de artistas de 22 países. Neste período novos membros se juntaram ao movimento, entre eles Salvador Dali e Giacometti.
Uma importante exposição internacional do surrealismo foi organizada em Paris, no ano 1947, ocasião em que os membros mais importantes se reencontraram.
Iluminismo:
Iluminismo foi um movimento intelectualque ocorreu na Europa do século XVIII, e teve sua maior expressão na França, palco de grande desenvolvimento da Ciência e da Filosofia. Além disso, teve grande influência no contexto cultural, social, político e espiritual em diversos países.
Também conhecido como "Época das Luzes", este foi um período de transformações na estrutura social na Europa, onde os temas giravam em torno da Liberdade, do Progresso e do Homem.
O Iluminismo foi um processo desenvolvido para corrigir as desigualdades da sociedade e garantir os direitos naturais do indivíduo, como a liberdade e a livre posse de bens. Os iluministas acreditavam que Deus estava presente na natureza e também no próprio indivíduo, sendo possível descobri-lo por meio da razão.
Iluminismo é o nome que se dá à ideologia que foi sendo desenvolvida e incorporada pela burguesia da Europa, a partir das lutas revolucionárias do final do século XVIII. Apesar disso, o iluminismo não foi apenas um movimento ideológico, mas também político, potenciado pela Revolução Francesa.
Iluminismo também é considerado uma doutrina filosófica e religiosa preconizada no século XVIII, baseada na existência de uma inspiração sobrenatural.
Características do Iluminismo
- Defesa do conhecimento racional (poder da razão);
- Contrários ao Mercantilismo e Absolutismo monárquico;
- Apoiado pela burguesia;
- Defesa dos direitos naturais do indivíduo (liberdade e livre posse de bens, por exemplo);
- Deus está presente na natureza e no próprio homem;
- Defesa da liberdade econômica (sem interferência do Estado);
- Defesa de maior liberdade política;
- Antropocentrismo (avanço da ciência e razão humana);
- Base para a Revolução Francesa.
Origem do Iluminismo
As raízes do movimento iluminista começaram a crescer a partir do século XVII, através dos trabalhos do francês René Descartes, que lançou as bases do racionalismo como a única fonte de conhecimento. Acreditava numa verdade absoluta, que consistia em questionar todas as teorias ou ideias pré-existentes. Sua teoria passou a ser resumida na frase: "Penso, logo existo".
Saiba mais sobre o significado da expressão "Penso, logo existo"..
O iluminismo foi um movimento que teve seu ponto de partida na dúvida e na insatisfação, sentimentos estes que eram constantes na Europa, principalmente durante as duas últimas décadas do século XVIII.
Na França, onde o movimento teve maior expressão, os limites feudais se chocavam com o desenvolvimento do capitalismo emergente. A burguesia, liderando camponeses e operários, se lançou contra a nobreza e o clero, e assumiram a direção do movimento.
Iluminismo na França
Era na França do século XVIII, o palco mais expressivo das contradições dos limites feudais, que se chocavam com os grupos privilegiados e o rei.
As lutas sociais, o desenvolvimento da burguesia e de seus negócios, e a crença na racionalidade chegaram ao auge na propagação dos ideais iluministas, estes levados pela onda da Revolução Francesa. Puseram fim às práticas feudais existentes naquele país e estimularam a queda de regimes absolutistas-mercantilistas em outras partes da Europa.
Pensadores Iluministas
Os pensadores iluministas, chamados indistintamente de "filósofos", provocaram uma verdadeira revolução intelectual na história do pensamento moderno. Inimigos da intolerância, esses pensadores defendiam acima de tudo a liberdade. Eram partidários da ideia do progresso, e procuravam uma explicação racional para tudo.
O principal objetivo dos filósofos era a busca da felicidade humana. Rejeitavam a injustiça, a intolerância religiosa e os privilégios. Pela promessa de livrar a humanidade das trevas e trazer a luz por meio do conhecimento, esses filósofos foram chamados de iluministas.
Um dos maiores nomes do iluminismo foi o francês Voltaire, que criticava a Igreja e o clero e os resquícios da servidão feudal. Porém, acreditava na presença de Deus na natureza e no homem, que podia descobri-lo por meio da razão, daí a ideia de tolerância e de uma religião baseada na crença em um ser supremo. Acreditava também na livre expressão, condenando a censura. Criticava a guerra e acreditava nas reformas, que realizadas sob a orientação dos filósofos, podiam resultar em um governo progressista.
Montesquieu, que era aristocrata, afirmava que cada país deveria ter um tipo de instituição política, de acordo com o seu progresso socioeconômico. Sua contribuição mais conhecida foi a doutrina dos três poderes, em que defendia a divisão da autoridade governamental em três instâncias: executivo, legislativo e judiciário, cada um deles deveria agir de modo a limitar a força dos outros dois.
Jean-Jacques Rousseau foi o mais radical e popular dos filósofos. Criticava a sociedade privada, idealizava uma sociedade de pequenos produtores independentes. Defendeu a tese da bondade natural dos indivíduos, pervertidos pela civilização. Propunha uma vida familiar simples, uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania do povo.
Principais pensadores iluministas
- Voltaire (1694 - 1778)
- Montesquieu (1689 - 1755)
- Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778)
- John Locke (1632 - 1704)
- Denis Diderot (1713 - 1784)
- Jean le Rond d'Alembert (1717 - 1783)
- Adam Smith (1723 - 1790)
Expansão do Iluminismo
O clima ideológico criado pelos iluministas tornou-se tão forte e difundido que vários governantes procuraram colocar em prática suas ideias. Sem abandonar o poder absoluto, procuravam governar conforme a razão e os interesses do povo
Dadaísmo:
Dadaísmo é uma vanguarda artística moderna que surgiu com o objetivo de romper com os estilos clássicos e tradicionais, agindo de modo “anárquico” e “irracional”.
Também conhecido como Movimento Dadá, esta vanguarda foi criada por um grupo de artistas (pintores, escritores e poetas) refugiados da Primeira Guerra Mundial, em 1916, em Zurique, na Suíça.
Os integrantes do dadaísmo eram totalmente contra a guerra, que era motivada por motivos capitalistas, e aos valores burgueses da época. Os dadaístas também atacavam qualquer tipo de sentimento que remetesse ao nacionalismo ou ao materialismo.
Refletindo o espírito desta vanguarda, a escolha do nome “dadaísmo” não possui nenhum significado específico. Os fundadores do movimento escolheram um nome aleatório no dicionário, representando um ato não racional e casual, estas que eram algumas das principais características do movimento.
O termo dada significa, em francês, “cavalinho de pau” ou “brinquedo de criança”, e também remete a linguagem típica dos bebês, que simboliza, por consequência, o caráter nonsense das obras dadaístas.
As obras do dadaísmo consistiam na desconstrução da arte tradicional, tendo como proposta a ideia da desordem, do caos e do acaso. Com isso, o propósito dos artistas dadaístas era criar uma arte de protesto que chocasse a sociedade burguesa.
O dadaísmo ganhou grande destaque na literatura. Neste caso, os textos eram compostos a partir da desorganização das palavras, da agressividade verbal, da banalização das rimas, incoerência, e a falta de lógica e raciocínio tradicional.
Os poemas dadaístas, por exemplo, eram escritos sem uma reflexão prévia do seu conteúdo, utilizando apenas uma disposição de palavras aleatórias, que eram escritas conforme o autor as pensava.
Entre alguns dos principais artistas que representavam o dadaísmo estava: Tristan Tzara (1896 – 1963), Marcel Duchamp (1887 – 1968), Hans Arp (1886 – 1966), Julius Evola (1898 – 1974), Kurt Schwitters (1887 – 1948), Max Ernst (1891 – 1976), Man Ray (1890 – 1976), entre outros.
Em pouco tempo, o movimento dadaísta começou a se espelhar por outras grandes metrópoles artísticas mundiais da época, como Barcelona, Berlim, Paris, Nova York, entre outras
Futurismo:
Futurismo é um movimento artístico moderno que surgiu nos primeiros anos do século XX, e que defendia o fim do moralismo, negando o passado e ovacionando a revolução tecnológica e industrial.
Este movimento se consolidou a partir da publicação do Manifesto Futurista, autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876 – 1944), em 20 de fevereiro de 1909, no jornal francês Le Figaro.
O conceito básico do Futurismo era o da negação e desconexão total com a arte e cultura do passado, celebrando e reconhecendo unicamente o progresso, as novas tecnologias e a vida urbana, ideias estas que eram representadas pelos sentidos de intensa velocidade e energia.
Historicamente, o Futurismo é dividido em duas partes: pré-guerra e pós-guerra. No chamado “primeiro futurismo”, os representantes mais extremistas do movimento exaltavam as ideias de violência e guerra, pois achavam que desta formam conseguiriam “higienizar” o mundo.
Aliás, originalmente, o Futurismo, em seu discurso político-social, era defensor dos ideais fascistas
Entre alguns dos principais artistas que representam o Futurismo estão: Umberto Boccioni (1882 – 1916), Luigi Russolo (1885 – 1947), Carlo Carrà (1881 – 1966), Giacomo Balla (1871 – 1958), Gino Severini (1883 – 1966) e Fortunato Depero (1892 – 1960).
O movimento Futurista foi definhando ao longo dos anos, encontrando o seu fim depois da Primeira Guerra Mundial. No entanto, várias de suas características estéticas inspiraram outros estilos artísticos, como o dadaísmo, o surrealismo e o cubismo, por exemplo.
Algumas das características do movimento futurista ainda influenciaram e se manifestaram em outros estilos, como a arquitetura, por exemplo.
Características do Futurismo
Entre algumas das principais características deste movimento artístico, destaca-se:
- Valorização do desenvolvimento tecnológico e industrial no começo do século XX;
- Repúdio e desvalorização do moralismo e das tradições;
- Uso da propaganda como principal forma de comunicação;
- Uso de onomatopéias no futurismo literário;
- Obras que transmitiam a ideia de velocidade e aceleramento;
- Poesias com frases fragmentadas (ideia de velocidade);
- Pinturas com cores vivas e contrastantes;
- Sobreposição de imagens e traços deformados, que transmitiam a ideia de movimento.
Futurismo na Literatura
Inicialmente, o Futurismo surgiu como um movimento artístico literário, sendo de maior influência principalmente na poesia italiana.
Sob o lema “liberdade para as palavras”, o manifesto futurista criado por Marinetti definia os temas que serviam de parâmetros para os primeiros integrantes deste movimento: recusa da moralidade e dos tempos passados e a valorização da vida urbana, moderna e acelerada.
Alguns dos escritores conhecidos por representar as ideias do movimento futurista foram: Vladimir Maiakovski, Filippo Marinetti, Fernando Pessoa e Oswald de Andrade, entre outros.
Abstracionismo:
Abstracionismo é um movimento artístico vanguardista em que a representação da realidade é feita de maneira desconstruída, com o uso de cores, linhas e formas abstratas.
Também chamado de Arte Abstrata, há registros desta forma de arte desde a pré-história. Mas o conceito de Abstracionismo foi consolidado no início do século XX, com o início do movimento liderado por Wassily Kandinsy.
A chegada do movimento abstracionista rompe de uma vez com toda e qualquer referência concreta. Tudo é abstração nas obras, como se estivessem criando uma realidade paralela, um universo autônomo abstrato em que as linhas, formas e cores não são o que se vê. Esta ideia pode ser sintetizada na frase de Kandinksy, "criar uma obra de arte é criar um mundo".
O movimento abstracionista tem grande influência entre os artistas dos séculos XX e XXI, envolvendo dentro do conceito de Arte Abstrata outras correntes artísticas como o Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, Futurismo, Surrealismo e Neoplasticismo.
Principais artistas do Abstracionismo
Wassily Kandinsy, Piet Mondrian, Jackson Pollock, Paul Klee e Robert Delaunay.
O artista japonês radicado em São Paulo Manabu Mabe foi o precursor do abstracionismo no Brasil, seguido por Tomie Ohtake, Cicero Dias e Antonio Bandeira.
Características do Abstracionismo:
- Representação do mundo desligada da realidade visível
- Negação do figurativo e da imitação do mundo
- Desconstrução das figuras naturais
- Simplificação da forma
- Inovação no uso da cor
- Rejeição da perspectiva
- Oposição à iluminação convencionalmente retratada
Contexto histórico do Abstracionismo
O movimento do abstracionismo surgiu em contraposição à noção de arte e beleza renascentista, ainda vigente na época. No renascimento, o talento do artista era medido pela sua capacidade de reproduzir com a maior verdade possível o mundo à sua volta.
Há autores que também defendem que a popularização da fotografia, no final do século XIX, contribuiu para o surgimento da arte abstrata, já que não era mais preciso que a arte atuasse enquanto uma imitação do mundo.
Os impressionistas do fim do século XIX e começo do século XX, como Monet, que já haviam começado a busca pela representação do universo por outros olhares. A preocupação dos impressionistas era com a luminosidade, muito mais do que a perfeita impressão dos objetos ou pessoas representadas.
No começo do século XX despontam dois estilos que começam a quebrar com a ideia da imitação da natureza, abrindo espaço para o avanço e consolidação da arte abstrata. O Fauvismo de Henri Matisse dedicava-se à simplificação das formas e um apurado estudo de cores. O Dadaísmo de Pablo Picasso e Georges Braque decompunha a perspectiva das cenas e usava de figuras geométricas na representação dos elementos da natureza.
Abstracionismo Informal
Dentro do Abstracionismo, uma vertente identificava-se mais com a transmissão de sentimentos e emoções através da arte. O que ficou conhecido como Abstracionismo Informal, ou Abstracionismo Expressivo, ou ainda Abstracionismo Lírico. Os artistas identificados com este grupo trabalhavam ainda mais sua subjetividade, traduzindo uma forte carga emocional nas obras por meio de cores e formas livremente interpretadas, por instinto. Seu maior representante foi o pintor russo Wassily Kandinsky.
Abstracionismo Geométrico
Enquanto o Abstracionismo informal preocupava-se com a emoção, o foco do Abstracionismo Geométrico era a forma. Os elementos das obras, suas cores e linhas, formavam composições geométricas. O artista que mais se destacou dentro desta vertente foi o holandês Piet Mondrian
Cubismo:
Cubismo é um movimento artístico vanguardista europeu, que surgiu na França no começo do século XX e se caracteriza pela utilização de formas geométricas para retratar a natureza.
O cubismo foi fundado em Paris, através do renomado artista espanhol Pablo Picasso (1881 - 1973) e do francês Georges Braque (1882 - 1963).
O quadro “Les demoisellers d’Avignon” (ou “As Senhoritas de Avignon”, em português), de 1907, autoria de Picasso, é considerado o marco inicial desse movimento inovador.
De modo geral, o cubismo é marcado pela representação de figuras da natureza a partir do uso de formas geométricas, promovendo a fragmentação e decomposição dos planos e perspectivas. O artista cubista deixa de ter o compromisso em utilizar a aparência real das coisas, como acontecia durante o Renascimento.
A arte cubista é considerada uma “arte mental”, onde cada aspecto da obra deve ser analisado e estudado de modo individual.
Cubos, cilindros e esferas são algumas das formas usuais no cubismo, que se distingue da arte abstrata pelo uso concreto de todas as formas.
Além de Picasso e Braque, outros artistas que ficaram imortalizados como ícones desta vanguarda são Juan Gris (1887 – 1927) e Fernand Léger (1881 – 1955).
Fases do cubismo
O movimento cubista ficou marcado por três fases: o cubismo cézanniano (1907 - 1909), cubismo analítico (1910 – 1912) e o cubismo sintético (1913 – 1914).
Cubismo cézanniano ou Cubismo pré-analítico (1907 - 1909)
Também conhecido por “cubismo pré-analítico”, esta é considerada a fase inicial do movimento cubista (1907 – 1909), onde a principal base era o trabalho de Cézanne, com forte influência da arte africana e devido ao uso de formas simplificadas.
As obras de Paul Cézanne (1839 - 1906) serviram de inspiração para a consolidação do cubismo. Embora ainda não tivessem todas as características que definem o movimento artístico, alguns conceitos adotados por Cézanne em seus trabalhos foram fundamentais para que Picasso e outros artistas construíssem o estilo cubista.
Cubismo analítico (1909 - 1912)
É tido como o “cubismo puro” e de difícil interpretação, onde as figuras são decompostas, através do uso de diversas formas geométricas.
Com forte influência na arte africana, as obras nesse período permeiam os tons monocromáticos, com predominância do verde, marrom e cinza. Além disso, também há a necessidade de expressar a natureza de modo simplificado, com linhas retas e uniformes.
Cubismo sintético (1913 - 1914)
A grande característica desta fase foi a introdução da técnica de colagem para reconstruir as imagens que outrora eram decompostas. Por isso, esse período também é conhecido como "cubismo de colagem".
Ao contrário do cubismo analítico, nesta etapa as imagens passam a manter a sua fisionomia, mas de modo reduzido, apresentando apenas o que for essencial para o seu reconhecimento.
O principal precursor do cubismo sintético foi Juan Gris (1887 – 1927), que também passou a usar uma palheta de cores mais vivas e intensas em suas obras.
Características do cubismo
Entre algumas das principais características do cubismo, destaca-se:
- Utilização de formas e volumes geométricos;
- Decomposição das imagens em formas geométricas;
- Reconstrução das imagens através do uso de colagens;
- Renúncia do uso das perspectivas, principalmente as tridimensionais;
- Cores fechadas (predominância do branco, preto, cinza, marrom e ocre);
- Pintura escultórica.
Cubismo na literatura
A vanguarda cubista também atingiu outros ramos artísticos, como a literatura.
Neste caso, o cubismo literário focava-se na ideia da “destruição” da sintaxe. Os versos eram fragmentados e descontínuos, ou seja, não há uma linearidade na história narrada.
Um dos principais nomes deste movimento literário foi o poeta francês Guillaume Apollinaire (1880 – 1918).
Contemporâneo:
Contemporâneo é um adjetivo que faz referência ao que é do mesmo tempo, que viveu na mesma época. Contemporâneo designa quem ou o que partilha ou partilhou o mesmo tempo, o mesmo período.
Por exemplo: “Muitos especialistas dizem que Machado de Assis talvez seja mais compreendido pelo leitor de hoje, do que por seus contemporâneos”.
Contemporâneo faz referência também à época presente, o tempo atual e ao indivíduo do nosso tempo.
Por exemplo: A música contemporânea é a música do nosso tempo. A arte contemporânea é a arte de nossa época.
O sentido da palavra moderno é diferente da palavra contemporâneo, uma vez que é empregada para fazer referência ao que é mais recente ao que está mais próximo de nós, ou ainda o que tem tendência a inovações ainda não consagradas pelo uso.
Idade Contemporânea
A Idade Contemporânea é um período determinado para o estudo da história, que tem início no ano de 1789, época da Revolução Francesa, até os dias atuais. Dentro desse período são estudados vários fatos históricos, entre eles, a Era Napoleônica, a Independência do Brasil, a Revolução Industrial, o Liberalismo e o Socialismo, a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial etc.
