ABORDAGEM METODOLÓGICA
OBJETIVO:
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE COMO UMA METODOLOGIA APROPRIADA PARA O TRABALHO DO PSICÓLOGO ESCOLAR.
ISSO IRÁ PERMITIR PESQUISAR AS ESTRUTURAS DAS RELAÇÕES SOCIAIS,OFERECENDO SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA OS PROBLEMAS QUE POSSAM SURGIR.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
A PSICOLOGIA NASCEU NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX NA EUROPA,NUMA SOCIEDADE CAPITALISTA INDUSTRIAL,TENDO UMA UNIDADE IDEOLÓGICA E NÃO CIENTIFICA.
A PSICOLOGIA ESCOLAR VISA SELECIONAR,"selecionar, orientar, adaptar e racionalizar, visando um aumento da produtividade".De mãos dadas com a psicometria,desenvolveu um conjunto de atividades onde se destacam a avaliação da prontidão, organização de classes e diagnósticos e encaminhamentos de crianças com"distúrbios de aprendizagem".
No Brasil,influenciada por essas práticas e teorias, impregnada pelas idéias do chamado"modelo clínico" , onde os problemas são equacionados em termos de saúde x doença e eram interpretados como sintomas determinados por fatores subjacentes ao indivíduo.
Nesse modelo o conceito de patologia é central e o ambiente é secundário,assim implementa-se conceitos liberais ao modelo capitalista dos países ocidentais,principalmente no terceiro mundo.
Como essa sociedade tem no individualismos seu principal suporte ideológico,encontrou total aceitação or depositar no indivíduo os principais determinantes dos problemas psicológicos.
A escola reflete e reproduz as situações sociais que caracterizam tal modelo de sociedade,no Brasil as desigualdades sociais,isso é interiorizado,subjetivado pelos que estão na escola,sendo traduzidos na forma de relacionamento e auto-percepção.Isso é comum quando alguns que se interpretam acham "burros",devido seus fracassos ,
O que é uma questão social passa a ser individual.
A partir dos anos 60 o modelo liberal marca os cursos de estruturação dos cursos de psicologia,possibilitando o estabelecimento do círculo vicioso entre o modelo de formação e a imagem social da profissão,pois o psicólogo é visto como o profissional atuando em consultório com a função de curar pessoas com problemas psicológicos.
De acordo com uma pesquisa feita em 1981 pelo Conselho Regional de Psicologia ocorre tardiamente o que interfere na visão que os alunos desenvolvem sobre a área menor ou de pouco peso.De 1981 pra cá pouca coisa mudou nos cursos,tanto que o conceito de trabalho em consultórios continua.
O psicólogo é visto como um mágico,que resolve todos os problemas de uma criança,que geram 2 hipóteses:
1. Transferir responsabilidades,isso faz o psicologo ser bem vindo
2. Expressão de um mecanismo de defesa e isso não é bom para o psicólogo.
Outra pesquisa feita em 1994 mostra que as solicitações pelas escolas estavam num âmbito clínico ou seja,esperava-se que as crianças fossem tratadas fora do ambiente escolar e após cura fossem inseridos.
Numa pesquisa recente mostra que 40% dos psicólogos atuam em consultórios e 8% em escolas,mostrando que o consultório particular continua sendo o setor predominante do psicólogo.
Numa investigação feita em Ribeirão Preto o psicologo exerce mais a função de disciplinador escolar,esperando deste resolução das dificuldades de aprendizagem,indisciplina etc....refeltidos na escola.
O neoliberalismo ou re-atualização e a formação acadêmica contribuem para isso.
O PSICÓLOGO ESCOLAR
COTIDIANO ESCOLAR
A escola é uma instituição sócio\cultural com valores,expectativas ,onde professores e alunos trazem suas culturas e históricos.Nessa trama de complexos processos se faz necessário uma nova concepção da escola,pois tradicionalmente a escola é"um aparelho do estado".
No mundo capitalista a escola não é a mesma,pois este é muito diversificado e diferenciado.Na realidade a escola é "uma construção social e uma construção de cada escola",algo muito local e particular,o que faz seu dono estatal assumir ou ignorar,sendo essa particularidade o ponto de partida para as alternativas pedagógicas.
O profissional parte desses pressupostos para :
1. Analisar cotidianamente a história acumulada
2. Buscar no seu presente os elementos estatais e civis básicas da escola
Ou seja:o que é convergente e o que é divergente na forma de existir da escola.O cotidiano escolar e não o consultório passa a ser o espaço de trabalho do psicólogo onde analisará a atividade cotidiana,apropriação,elaboração e refuncionalização ou repulsa do que serve e não serve.
Isso fará o profissional ter um quadro social do que representa tal escola ou sua representação social,onde a partir de uma abordagem socio-cultural o profissional terá acesso às estruturas e terá condição de desvelar o mecanismo ideal para o processo eficiente de avaliação para que ele exerça a função de psicologo escolar
Esses dados por si não produzirão uma metodologia,mas a metodologia já existe para ser aplicada aos dados conhecidos ou avançar no que já existe( ciencias sociais,)reconstruindo processos e estabelecer processos através da observação participante.
Deve-se levar como ponto de partida a Antropologia,Na observação participativa,o profissional observará papéis e hábitos para chegarem à fatos,situações e comportamentos.
Malinowisk o sistematizador das regras das regras metodológicas para a pesquisa antropológica,defende que somente a imersão no cotidiano de uma cultura se pode compreendê-la para que seja mais que objetiva ou científica.
Brandão o pesquisador afirma:"Mais que conhecer para explicar o cientista precisa compreender para servir ",Isto sim irá contribuir para solucionar os conflitos emergentes nas relações sociais( dominação e opressão)(preconceito e discriminação),chamada por Brandão como "relação de implicação"ou seja "vida na comunidade"
Clifford Geertz. contribui com a emergencia do campo hermenêutico da antropologia ou seja na interpretação ou leitura que forma o texto etnográfico.
Damatta considera isso na Antropologia ciencias da "comutação e mediação",onde o observador sempre tem um ponto de vista mais real .Na verdade o ideal é a junção dos 2 elementos:científico e interpretativo.
Tedlok aponta que o dominio das ciencias sociais caracteriza-se pelo repertório de conhecimento e expectativas da cultura comum compartilhado com seus participantes e criado a partir da interação dos mesmos.É daí que surge o texto etnográfico
A TENSÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
De um lado ele deve estabelecer do ponto de vista analítico um certo distanciamento do cotidiano escolar por outro uma relação de implicação para ter-se a teoria e a epistemologia para uma intervenção saudável .
O psicólogo escolar deve partir da sua história,do cotidiano e auxiliado pela ciencia crie oportunidade para que o coletivo da escola construa e crie necessidades para si ,transforme as condições e os mecanismos de construção dos significados implícitos nas relações dentro e fora da escola
Ter o que Andreazzi chama de identidade subjetiva para que se saiba como as pessoas se vêem e se vêem,isso determinará a dinâmica,poderes,resistencias e percepções