filosofia
A HISTÓRIA DA FILOSOFIA
Em um determinado momento surge ou começa a surgir esse novo modo de pensar, isso significa que existia um outro modo prévio. Essa outra maneira de abordar a realidade era justamente o pensamento mítico.
A Origem das Epopéias Gregas Os dois grandes nomes que representam o pensamento mítico grego são: Homero, "autor" da Ilíada e da Odisséia, e Hesíodo, autor de Os trabalhos e os dias e da Teogonia.
A origem das epopéias gregas se dá num contexto de derrocada da civilização micênica ou aqueana que fora invadida pelos dórios mais ou menos no século XII a.C. A sociedade micênica, formada por penínsulas e ilhas, era constituída por famílias principescas, uma pluralidade de clãs e, do ponto de vista da estrutura geográfica, possuía um determinado tipo de relevo que beneficiava a ligação com outras regiões através do mar. Assim, as condições físicas e geográficas colaboravam para que este povo tivesse uma certa vocação para o mar, tornando-se ele uma grande via de comércio e comunicação, de aventuras e histórias imaginárias.
O homem grego procurou cantar por meio da poesia o declínio das antigas formas de viver e pensar e o surgimento de uma nova situação. As epopéias são o resultado da mistura de lendas jônicas e eólias, incorporando relatos sobre viagens marítimas e outros elementos advindos do contato do mundo grego com a cultura de outros povos. Disso tudo se conservaram a Ilíada (que trata da ira de Aquiles tendo como pano de fundo a guerra de Tróia) e a Odisseia (que conta a história de Odisseu e sua tentativa de voltar para casa) entre o século X e VIII a.C. Contudo, somente no século V ocorrerá o estabelecimento da edição dos poemas de Homero.
Ao morrer, o pai deixou a Hesíodo e ao seu irmão Perses algumas terras. Na divisão dos bens, Hesíodo achou que fora trapaceado pelo irmão. Essa polêmica é importante porque, provavelmente, servirá de tema para o seu poema Os trabalhos e os dias e para a sua visão um tanto pessimista sobre o ser humano. Escreveu vários poemas, dos quais restaram apenas alguns fragmentos. Inteiros, há apenas a Teogonia, que trata da origem dos deuses, havendo um germe do princípio da causalidade. E Os trabalhos e os dias, que procura justificar a condição humana. A Estrutura do Pensamento Mítico
Ao lermos, por exemplo, a Ilíada e a Teogonia, temos condições de perceber alguns traços fundamentais do pensamento mítico. Ou seja, a interferência dos deuses nos assuntos humanos, atuando diretamente ou criando situações; a capacidade de transformação dos deuses, seus poderes e sua relação com a natureza etc.
Com o nascimento da filosofia, os gregos foram aos poucos rompendo com o mito e a religião. Da mesma maneira o pensamento científico pretende romper com o senso comum. Assim, enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, a segunda deve transformar o senso comum em um conhecimento que chega a todas as camadas, depurado de seus preconceitos e pré-juízos
O último período da Filosofia Grega é o Helenístico (Sec. III a.C.-VI d.C.). É um período pouco estudado e muitas obras se perderam. Helenismo significa a influência da cultura grega em todo mediterrâneo oriental e no Oriente desde as conquistas de Alexandre da Macedônia e posteriormente a consolidação do Império Romano
A influência das escolas filosóficas desse período chega ao Império Romano. O grande centro cultural do helenismo foi em Alexandria, no Egito, que era uma cidade cosmopolita, unindo gregos, judeus, egípcios. A intensa produção científica valorizava as ciências naturais, sendo avançada nas áreas de matemática, geometria, medicina, linguagem, astronomia, geografia. A produção científica de Alexandria contribuiu fortemente para a ciência da Antiguidade.
O período Helenístico se caracteriza por pensamento de escolas filosóficas, não havendo grandes mestres tais como Sócrates, Platão e Aristóteles. O importante era a corrente filosófica da qual o pensador estava vinculado e não propriamente sua originalidade e criatividade. Perde-se o caráter argumentativo, polêmico, crítico das origens da filosofia grega. É um período em que se misturam e sintetizam várias correntes de pensamentos, o ecletismo
A filosofia helenista se ocupava com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus. Apareceram aspectos místicos e religiosos no pensamento filosófico, influenciados pelo contato com o Oriente.
Com o fim da polis grega, após a conquista de Alexandre, o Grande, o homem grego perdeu sua principal referencia ético-política: a vida na comunidade, as leis, as tradições e práticas culturais. Embora o mundo fosse grego, o homem grego sentia-se
sem raiz, pois sua referência básica era a cidade e essa havia perdido força para o império centralizado. Era preciso desenvolver uma ética forte, com conteúdos práticos e novas referências: regras de conduta, apontando o caminho em busca da felicidade pessoal nesse novo contexto de várias culturas.
Esse período é muito importante para nós ocidentais, pois, é o período de transição da Antiguidade clássica e a idade Media Cristã, quando se dá a formação da tradição cultural da qual nos fazemos parte e somos herdeiros até hoje: dá-se o encontro entre o mundo Greco-romano e a cultura judaico-cristã.
Nesse período, duas correntes de pensamentos filosóficos gregos se destacam e vão influenciar o mundo ocidental: Estoicismo: Epicurismo.
O período de transição para o surgimento da Filosofia Cristã
Nos primeiros séculos de sua existência, o Cristianismo ainda não possui uma doutrina e estrutura consolidadas. O Cristianismo vai sendo construindo ao longo dos primeiros séculos da Era Cristã.
Como se formou essa tradição da qual fazemos parte? Por que dizemos que nosso mundo é Ocidental? De onde vem esse pensamento? Como entender a relação entre o cristianismo, que é uma religião, e a filosofia grega, que havia rompido com o pensamento mítico e religioso e se pautava na racionalidade?
O primeiro marco da constituição do Cristianismo como religião independente foi a pregação de São Paulo, um judeu helenizado e de formação filosófica estoicista, funcionário do Império Romano, que se converteu ao Cristianismo. São Paulo fala em uma religião universal, dirigida a todos os homens, e não a religião de um povo apenas, como era o Judaísmo.
O processo de difusão do Cristianismo é longo e vai até a sua institucionalização pelo Império Romano (391 d.C.). O cristianismo se difundiu progressivamente ao longo do sec. I a.C, com os fiéis impulsionados pela missão de São Paulo, embora não houvesse unidade em suas práticas. Era necessário, então, integrar essas comunidades cristãs. Para isso, tornava-se essencial o desenvolvimento de uma doutrina que pudesse dar identidade ao Cristianismo. A filosofia grega vai ter um importante papel na construção da doutrina cristã.
No processo inicial de difusão do cristianismo, alguns filósofos se converteram ao cristianismo e passaram a falar da filosofia cristã. Alguns desses filósofos ou teólogos rejeitavam a filosofia grega por considerá-la alheia a mensagem de Cristo e a desprezam, vendo essa forma pagã de pensamento como um caminho para o pecado e o descaminho.
Outros pensadores cristãos, ao contrário, defendem o uso do conhecimento da filosofia grega a serviço do Cristianismo, pois sabedoria dos filósofos gregos seria essencial para a preparação da fé. De qualquer forma, mesmo os que defendiam a importância do conhecimento grego, admitem que os textos sagrados eram mais importantes e a doutrina filosófica deve estar submetida ao ensinamento religioso, ou seja, a razão está submetida à fé, pois os dogmas cristãos são verdades divinas inquestionáveis. O objetivo era usar a razão para convencer os descrentes sobre a superioridade da fé.
Os primeiros padres precisavam conquistar os governantes, que eram romanos e pagãos, para evitar a perseguição aos cristãos. Os governantes acabam se convertendo ao Cristianismo.
A Filosofia Medieval (sec. V ao XV)
A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV. São 10 séculos ou mil anos de história, em que se consolida o feudalismo, com a nobreza no poder.
Esse período é marcado pela força espiritual e política da Igreja católica. A nobreza é ignorante, o conhecimento fica restrito aos mosteiros. A grande questão discutida é a relação entre a fé e a razão, entre filosofia e teologia.
A filosofia cristã comportou dois grandes períodos:
Patrística: do século I até o século VI
Escolástica: do século XIII ao século XIV
A Filosofia Patrística (século I ao VII): difusão, consolidação e constituição do Cristianismo
É anterior ao início da Idade Média, mas é o período em que se faz a síntese da doutrina cristã e a filosofia grega, tendo forte influência para a filosofia medieval.
Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. A Patrística vem dos apóstolos Paulo e João e também de Padres da Igreja, que foram os primeiros dirigentes espirituais e políticos da Igreja após a morte dos apóstolos. Com o desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo. Não podia ser pela força, mas tinha que ser pela conquista espiritual.
Os primeiros pensadores padres elaboraram textos sobre a fé e a revelação cristã. Buscaram conciliar o cristianismo ao pensamento filosófico dos gregos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer e converter os pagãos da nova verdade. Tenta basear a fé em argumentos racionais.
A filosofia patrística tem a tarefa de evangelizar e defender a religião cristã contra os ataques teóricos e morais do pensamento antigo.
A filosofia patrística introduz idéias novas: a criação do mundo por Deus, pecado original, Deus e a trindade una, encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição, origem do mal.
As idéias cristãs eram impostas pelos Padres por meio das verdades reveladas por Deus, eram verdades irrefutáveis e inquestionáveis: os dogmas. O grande tema de toda a filosofia patrística era conciliar razão e fé.
Santo Agostinho -
O principal nome da patrística é Santo Agostinho (340-430), bispo de Hipona, uma cidade no norte da África. Santo Agostinho retoma a dicotomia de Platão, mundo sensível e mundo das idéias (mundo perfeito), mas substitui o mundo das idéias pelo mundo divino, e para se alcançar o mundo divino (o mundo perfeito), era preciso seguir o caminho da fé.
Segundo Santo Agostinho, a alma humana é superior ao corpo e, por ser superior, deve reinar e dirigi-lo à prática do bem. Segundo sua teoria da iluminação, Deus nos dá o conhecimento das verdades eternas e ilumina a razão. A salvação individual depende da submissão total a Deus. Santo Agostinho ressalta a vinculação pessoal do homem com Deus, enquanto a filosofia grega identifica o homem com o cidadão e a política. Para ele, só é possível alcançar a verdade das coisas por meio da luz de Deus, no íntimo de nossa alma.
Filosofia da Escolástica (sec. IX ao sec. XV)
A Igreja Romana, cada vez mais forte, dominava a Europa, organizava cruzadas, criava as primeiras universidades e escolas. Essas escolas ensinavam várias matérias, gramática, geometria, aritmética, música, astronomia, todas elas submetidas à teologia. A escolástica continua o trabalho de adequar a herança do pensamento filosófico clássico às verdades teológicas.
O auge da Escolástica se dá com Santo Tomas de Aquino, no sec. XIII, que busca sua fundamentação na sabedoria de Aristóteles. A obra de Aristóteles – metafísica, lógica, científica, filosófica, passa a ser de grande interesse na época. São Tomas de Aquino vai desenvolver um sistema compatibilizando o aristotelismo e o cristianismo.
Há uma intensa retomada da filosofia grega, mas com o objetivo de compatibilizar e reinterpretar o conhecimento clássico de Aristóteles à luz das crenças religiosas. Uma das principais preocupações dos filósofos medievais era fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas da Igreja, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma.
Nesse período, a Igreja Católica consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando muitos elementos da cultura greco-romana. É a época feudal, em que a Igreja Católica surge como força espiritual, política, econômica e cultural. Apoiada em sua forte influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval; ampliou sua riqueza, tornando-se dona de quase um terço das terras da Europa e, no plano cultural estabeleceu que a fé era o pressuposto da vida espiritual. Fé significava a crença irrestrita às verdades reveladas por Deus. É a religião que vai fundamentar os princípios morais, políticos da sociedade medieval.
A principal discussão desse momento é a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia. As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Nesse período surge propriamente a filosofia cristã, a teologia. Seu tema principal é a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal, com o propósito de explicar a relação homem e Deus, razão e fé, corpo e alma, e o Universo como hierarquia de seres, onde os superiores – divinos – dominam os inferiores.
Santo Tomás de Aquino - É a figura mais destacada do pensamento cristão medieval. Elaborou os princípios da doutrina cristã baseado no pensamento aristotélico. Seu objetivo maior: não contrariar a fé. Para isso reviveu grande parte do pensamento aristotélico com a finalidade de nele buscar elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Enfim, fez de Aristóteles um instrumento a serviço da religião católica, ao mesmo tempo em que transformou essa filosofia em uma síntese original. Santo Tomás não adaptou a filosofia de Aristóteles ao cristianismo, mas sim fez uma sistematização da doutrina cristã.
Baseados no aristotelismo, os argumentos de São Tomás revalorizam o mundo natural, pois o mundo natural é criação de Deus. É assim que podemos conhecer Deus: por meio de sua criação, o mundo natural. Isso justifica o interesse pela investigação científica do mundo natural que surge na época e vai transformar a Europa nos séculos seguintes.
FILOSOFIA MODERNA
O Racionalismo foi um movimento cultural situado entre os séculos XVI e XIX. Mais do que mais uma doutrina gnosiológica ou teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico-científicas do homem da Idade Moderna.
Para o Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto. Seja a partir de fatos, os quais, ultrapassando a mera força dos sentidos, o homem pode, com a força da razão, abstrair e atingir condições transcendentais do mundo; seja a partir da pura intuição, que prescinde dos fatos.
O que o Racionalismo buscava, na verdade, era conhecer a essência. Por isso, não se prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes. Pela força da abstração e das concatenações racionais.
Essa corrente se aproximava, assim, da metafísica, de Platão. Não se pode, entretanto, incorrer no erro de achar que o Racionalismo é apenas uma corrente teórica. Ao contrário, terá conseqüências também na ética e, mesmo, na política como veremos a seguir. Procuraremos também fazer a relação entre o Racionalismo e a Fé, mostrando como seus principais expoentes, Descartes, Kant e Hegel, trataram da problemática acerca de Deus e da religião, tema central das discussões filosóficas medievais, agora com as contribuições do homem moderno.
1. Contexto Histórico do Racionalismo
Ao longo de toda a história do conhecimento humano e da Humanidade em si, vê-se que o homem sempre tentou compreender o mundo que o cercava. Desde o mito até a atual era da técnica, esse é um problema longe de ser esgotado.
Das cosmogonias e cosmologias gregas chegou-se ao Cristianismo Ocidental medieval. Nesses 10 séculos, sob a hegemonia da Igreja Católica, a Teologia estava em voga e tinha ao seu serviço a Filosofia. A concepção de mundo do homem medieval era teocêntrica e profundamente marcada pela religiosidade, ainda que nem sempre fosse aquela oficial ditada pela Igreja, haja vista que o povo simples camponês, não entendia o culto oficial e, portanto, criava o seu próprio, com mitos, superstições etc.
Entretanto as coisas começaram a mudar e já entre os séculos XIV e XV se percebia que o feudalismo entrava em crise, por razões que não nos cabe analisar aqui. O fato é que, a Idade Média Ocidental compreende aquele período de mais ou menos 10 séculos, entre a queda de Roma e a queda de Constantinopla. Predominava a Igreja, o feudalismo era o sistema que organizava a sociedade em si, herdara-se a Filosofia grega, o direito e o idioma romanos.
Falar de declínio do período medieval, não é falar, portanto, de declínio só de um dos aspectos acima. A queda do sistema feudal foi se dando por mudanças no homem e na sociedade (ao mesmo tempo em que também gerava essas mudanças), o que afetou também a hegemonia clerical.
Como acontecera na Grécia Antiga, o homem precisava agora de outras explicações para a realidade à sua volta. Com o advento das Grandes Navegações, os horizontes se expandiam. O comércio foi refervilhando aos poucos, possibilitou-se o acesso a outras culturas através de suas obras literárias, que foram sendo traduzidas. A Grécia Clássica era redescoberta e as artes sofriam efervescência. Claro que tudo isso com o patrocínio da burguesia, que queria ascender, primeiro socialmente, depois politicamente, não só com benefícios, mas com participação (se não, com detenção mesmo) do poder.
As mudanças queridas, patrocinadas e efetivadas pela burguesia foram se dando aos poucos. Nada disso aconteceu de uma hora para outra, mas com o passar das décadas e dos séculos, culminando na Revolução Francesa.
Outro aspecto a ser ressaltado é que, essa mudança de mentalidade, acarretou mudanças em todas as esferas da sociedade. Das cinzas do Feudalismo, foi se configurando o Capitalismo. Da hegemonia da Igreja Católica, veio o cisma do Ocidente. A nova ética protestante casava muito bem com o espírito do capitalismo e, portanto, com o ideal da burguesia.
Pela própria índole do Capitalismo, a expansão dos mercados era necessária. Era mister que houvesse um espírito aventureiro e científico que possibilitasse a concretização do que se almejava. O homem voltou a ser o centro e a medida das coisas. Era o que pregava o Racionalismo. Não se pode, entretanto, presumir que com isso se nega Deus. Ao contrário, a raiz desse movimento ainda se encontrava na Idade Média. Ele assemelha-se mais à metafísica que ao Empirismo nesse ponto. O próprio Descartes, tido como o pai do Racionalismo, vai procurar justamente afirmar e provar a existência de Deus.
Também não se pode confundir o Racionalismo com o pensamento medieval. A diferença está justamente no sujeito. O Racionalismo devido ao contexto histórico no qual ocorre, procura olhar o mundo com a razão, já não mais dependente da Fé como no período medieval, mas confiando mais no ser humano e suas potencialidades: o enfoque é antropológico. O que se busca não é negar Deus, e sim afirmar o homem, enquanto ser diferente e superior aos demais, porque racional.
Em um determinado momento surge ou começa a surgir esse novo modo de pensar, isso significa que existia um outro modo prévio. Essa outra maneira de abordar a realidade era justamente o pensamento mítico.
A Origem das Epopéias Gregas Os dois grandes nomes que representam o pensamento mítico grego são: Homero, "autor" da Ilíada e da Odisséia, e Hesíodo, autor de Os trabalhos e os dias e da Teogonia.
A origem das epopéias gregas se dá num contexto de derrocada da civilização micênica ou aqueana que fora invadida pelos dórios mais ou menos no século XII a.C. A sociedade micênica, formada por penínsulas e ilhas, era constituída por famílias principescas, uma pluralidade de clãs e, do ponto de vista da estrutura geográfica, possuía um determinado tipo de relevo que beneficiava a ligação com outras regiões através do mar. Assim, as condições físicas e geográficas colaboravam para que este povo tivesse uma certa vocação para o mar, tornando-se ele uma grande via de comércio e comunicação, de aventuras e histórias imaginárias.
O homem grego procurou cantar por meio da poesia o declínio das antigas formas de viver e pensar e o surgimento de uma nova situação. As epopéias são o resultado da mistura de lendas jônicas e eólias, incorporando relatos sobre viagens marítimas e outros elementos advindos do contato do mundo grego com a cultura de outros povos. Disso tudo se conservaram a Ilíada (que trata da ira de Aquiles tendo como pano de fundo a guerra de Tróia) e a Odisseia (que conta a história de Odisseu e sua tentativa de voltar para casa) entre o século X e VIII a.C. Contudo, somente no século V ocorrerá o estabelecimento da edição dos poemas de Homero.
Ao morrer, o pai deixou a Hesíodo e ao seu irmão Perses algumas terras. Na divisão dos bens, Hesíodo achou que fora trapaceado pelo irmão. Essa polêmica é importante porque, provavelmente, servirá de tema para o seu poema Os trabalhos e os dias e para a sua visão um tanto pessimista sobre o ser humano. Escreveu vários poemas, dos quais restaram apenas alguns fragmentos. Inteiros, há apenas a Teogonia, que trata da origem dos deuses, havendo um germe do princípio da causalidade. E Os trabalhos e os dias, que procura justificar a condição humana. A Estrutura do Pensamento Mítico
Ao lermos, por exemplo, a Ilíada e a Teogonia, temos condições de perceber alguns traços fundamentais do pensamento mítico. Ou seja, a interferência dos deuses nos assuntos humanos, atuando diretamente ou criando situações; a capacidade de transformação dos deuses, seus poderes e sua relação com a natureza etc.
Com o nascimento da filosofia, os gregos foram aos poucos rompendo com o mito e a religião. Da mesma maneira o pensamento científico pretende romper com o senso comum. Assim, enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, a segunda deve transformar o senso comum em um conhecimento que chega a todas as camadas, depurado de seus preconceitos e pré-juízos
O último período da Filosofia Grega é o Helenístico (Sec. III a.C.-VI d.C.). É um período pouco estudado e muitas obras se perderam. Helenismo significa a influência da cultura grega em todo mediterrâneo oriental e no Oriente desde as conquistas de Alexandre da Macedônia e posteriormente a consolidação do Império Romano
A influência das escolas filosóficas desse período chega ao Império Romano. O grande centro cultural do helenismo foi em Alexandria, no Egito, que era uma cidade cosmopolita, unindo gregos, judeus, egípcios. A intensa produção científica valorizava as ciências naturais, sendo avançada nas áreas de matemática, geometria, medicina, linguagem, astronomia, geografia. A produção científica de Alexandria contribuiu fortemente para a ciência da Antiguidade.
O período Helenístico se caracteriza por pensamento de escolas filosóficas, não havendo grandes mestres tais como Sócrates, Platão e Aristóteles. O importante era a corrente filosófica da qual o pensador estava vinculado e não propriamente sua originalidade e criatividade. Perde-se o caráter argumentativo, polêmico, crítico das origens da filosofia grega. É um período em que se misturam e sintetizam várias correntes de pensamentos, o ecletismo
A filosofia helenista se ocupava com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus. Apareceram aspectos místicos e religiosos no pensamento filosófico, influenciados pelo contato com o Oriente.
Com o fim da polis grega, após a conquista de Alexandre, o Grande, o homem grego perdeu sua principal referencia ético-política: a vida na comunidade, as leis, as tradições e práticas culturais. Embora o mundo fosse grego, o homem grego sentia-se
sem raiz, pois sua referência básica era a cidade e essa havia perdido força para o império centralizado. Era preciso desenvolver uma ética forte, com conteúdos práticos e novas referências: regras de conduta, apontando o caminho em busca da felicidade pessoal nesse novo contexto de várias culturas.
Esse período é muito importante para nós ocidentais, pois, é o período de transição da Antiguidade clássica e a idade Media Cristã, quando se dá a formação da tradição cultural da qual nos fazemos parte e somos herdeiros até hoje: dá-se o encontro entre o mundo Greco-romano e a cultura judaico-cristã.
Nesse período, duas correntes de pensamentos filosóficos gregos se destacam e vão influenciar o mundo ocidental: Estoicismo: Epicurismo.
O período de transição para o surgimento da Filosofia Cristã
Nos primeiros séculos de sua existência, o Cristianismo ainda não possui uma doutrina e estrutura consolidadas. O Cristianismo vai sendo construindo ao longo dos primeiros séculos da Era Cristã.
Como se formou essa tradição da qual fazemos parte? Por que dizemos que nosso mundo é Ocidental? De onde vem esse pensamento? Como entender a relação entre o cristianismo, que é uma religião, e a filosofia grega, que havia rompido com o pensamento mítico e religioso e se pautava na racionalidade?
O primeiro marco da constituição do Cristianismo como religião independente foi a pregação de São Paulo, um judeu helenizado e de formação filosófica estoicista, funcionário do Império Romano, que se converteu ao Cristianismo. São Paulo fala em uma religião universal, dirigida a todos os homens, e não a religião de um povo apenas, como era o Judaísmo.
O processo de difusão do Cristianismo é longo e vai até a sua institucionalização pelo Império Romano (391 d.C.). O cristianismo se difundiu progressivamente ao longo do sec. I a.C, com os fiéis impulsionados pela missão de São Paulo, embora não houvesse unidade em suas práticas. Era necessário, então, integrar essas comunidades cristãs. Para isso, tornava-se essencial o desenvolvimento de uma doutrina que pudesse dar identidade ao Cristianismo. A filosofia grega vai ter um importante papel na construção da doutrina cristã.
No processo inicial de difusão do cristianismo, alguns filósofos se converteram ao cristianismo e passaram a falar da filosofia cristã. Alguns desses filósofos ou teólogos rejeitavam a filosofia grega por considerá-la alheia a mensagem de Cristo e a desprezam, vendo essa forma pagã de pensamento como um caminho para o pecado e o descaminho.
Outros pensadores cristãos, ao contrário, defendem o uso do conhecimento da filosofia grega a serviço do Cristianismo, pois sabedoria dos filósofos gregos seria essencial para a preparação da fé. De qualquer forma, mesmo os que defendiam a importância do conhecimento grego, admitem que os textos sagrados eram mais importantes e a doutrina filosófica deve estar submetida ao ensinamento religioso, ou seja, a razão está submetida à fé, pois os dogmas cristãos são verdades divinas inquestionáveis. O objetivo era usar a razão para convencer os descrentes sobre a superioridade da fé.
Os primeiros padres precisavam conquistar os governantes, que eram romanos e pagãos, para evitar a perseguição aos cristãos. Os governantes acabam se convertendo ao Cristianismo.
A Filosofia Medieval (sec. V ao XV)
A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV. São 10 séculos ou mil anos de história, em que se consolida o feudalismo, com a nobreza no poder.
Esse período é marcado pela força espiritual e política da Igreja católica. A nobreza é ignorante, o conhecimento fica restrito aos mosteiros. A grande questão discutida é a relação entre a fé e a razão, entre filosofia e teologia.
A filosofia cristã comportou dois grandes períodos:
Patrística: do século I até o século VI
Escolástica: do século XIII ao século XIV
A Filosofia Patrística (século I ao VII): difusão, consolidação e constituição do Cristianismo
É anterior ao início da Idade Média, mas é o período em que se faz a síntese da doutrina cristã e a filosofia grega, tendo forte influência para a filosofia medieval.
Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. A Patrística vem dos apóstolos Paulo e João e também de Padres da Igreja, que foram os primeiros dirigentes espirituais e políticos da Igreja após a morte dos apóstolos. Com o desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo. Não podia ser pela força, mas tinha que ser pela conquista espiritual.
Os primeiros pensadores padres elaboraram textos sobre a fé e a revelação cristã. Buscaram conciliar o cristianismo ao pensamento filosófico dos gregos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer e converter os pagãos da nova verdade. Tenta basear a fé em argumentos racionais.
A filosofia patrística tem a tarefa de evangelizar e defender a religião cristã contra os ataques teóricos e morais do pensamento antigo.
A filosofia patrística introduz idéias novas: a criação do mundo por Deus, pecado original, Deus e a trindade una, encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição, origem do mal.
As idéias cristãs eram impostas pelos Padres por meio das verdades reveladas por Deus, eram verdades irrefutáveis e inquestionáveis: os dogmas. O grande tema de toda a filosofia patrística era conciliar razão e fé.
Santo Agostinho -
O principal nome da patrística é Santo Agostinho (340-430), bispo de Hipona, uma cidade no norte da África. Santo Agostinho retoma a dicotomia de Platão, mundo sensível e mundo das idéias (mundo perfeito), mas substitui o mundo das idéias pelo mundo divino, e para se alcançar o mundo divino (o mundo perfeito), era preciso seguir o caminho da fé.
Segundo Santo Agostinho, a alma humana é superior ao corpo e, por ser superior, deve reinar e dirigi-lo à prática do bem. Segundo sua teoria da iluminação, Deus nos dá o conhecimento das verdades eternas e ilumina a razão. A salvação individual depende da submissão total a Deus. Santo Agostinho ressalta a vinculação pessoal do homem com Deus, enquanto a filosofia grega identifica o homem com o cidadão e a política. Para ele, só é possível alcançar a verdade das coisas por meio da luz de Deus, no íntimo de nossa alma.
Filosofia da Escolástica (sec. IX ao sec. XV)
A Igreja Romana, cada vez mais forte, dominava a Europa, organizava cruzadas, criava as primeiras universidades e escolas. Essas escolas ensinavam várias matérias, gramática, geometria, aritmética, música, astronomia, todas elas submetidas à teologia. A escolástica continua o trabalho de adequar a herança do pensamento filosófico clássico às verdades teológicas.
O auge da Escolástica se dá com Santo Tomas de Aquino, no sec. XIII, que busca sua fundamentação na sabedoria de Aristóteles. A obra de Aristóteles – metafísica, lógica, científica, filosófica, passa a ser de grande interesse na época. São Tomas de Aquino vai desenvolver um sistema compatibilizando o aristotelismo e o cristianismo.
Há uma intensa retomada da filosofia grega, mas com o objetivo de compatibilizar e reinterpretar o conhecimento clássico de Aristóteles à luz das crenças religiosas. Uma das principais preocupações dos filósofos medievais era fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas da Igreja, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma.
Nesse período, a Igreja Católica consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando muitos elementos da cultura greco-romana. É a época feudal, em que a Igreja Católica surge como força espiritual, política, econômica e cultural. Apoiada em sua forte influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval; ampliou sua riqueza, tornando-se dona de quase um terço das terras da Europa e, no plano cultural estabeleceu que a fé era o pressuposto da vida espiritual. Fé significava a crença irrestrita às verdades reveladas por Deus. É a religião que vai fundamentar os princípios morais, políticos da sociedade medieval.
A principal discussão desse momento é a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia. As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Nesse período surge propriamente a filosofia cristã, a teologia. Seu tema principal é a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal, com o propósito de explicar a relação homem e Deus, razão e fé, corpo e alma, e o Universo como hierarquia de seres, onde os superiores – divinos – dominam os inferiores.
Santo Tomás de Aquino - É a figura mais destacada do pensamento cristão medieval. Elaborou os princípios da doutrina cristã baseado no pensamento aristotélico. Seu objetivo maior: não contrariar a fé. Para isso reviveu grande parte do pensamento aristotélico com a finalidade de nele buscar elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Enfim, fez de Aristóteles um instrumento a serviço da religião católica, ao mesmo tempo em que transformou essa filosofia em uma síntese original. Santo Tomás não adaptou a filosofia de Aristóteles ao cristianismo, mas sim fez uma sistematização da doutrina cristã.
Baseados no aristotelismo, os argumentos de São Tomás revalorizam o mundo natural, pois o mundo natural é criação de Deus. É assim que podemos conhecer Deus: por meio de sua criação, o mundo natural. Isso justifica o interesse pela investigação científica do mundo natural que surge na época e vai transformar a Europa nos séculos seguintes.
FILOSOFIA MODERNA
O Racionalismo foi um movimento cultural situado entre os séculos XVI e XIX. Mais do que mais uma doutrina gnosiológica ou teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico-científicas do homem da Idade Moderna.
Para o Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto. Seja a partir de fatos, os quais, ultrapassando a mera força dos sentidos, o homem pode, com a força da razão, abstrair e atingir condições transcendentais do mundo; seja a partir da pura intuição, que prescinde dos fatos.
O que o Racionalismo buscava, na verdade, era conhecer a essência. Por isso, não se prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes. Pela força da abstração e das concatenações racionais.
Essa corrente se aproximava, assim, da metafísica, de Platão. Não se pode, entretanto, incorrer no erro de achar que o Racionalismo é apenas uma corrente teórica. Ao contrário, terá conseqüências também na ética e, mesmo, na política como veremos a seguir. Procuraremos também fazer a relação entre o Racionalismo e a Fé, mostrando como seus principais expoentes, Descartes, Kant e Hegel, trataram da problemática acerca de Deus e da religião, tema central das discussões filosóficas medievais, agora com as contribuições do homem moderno.
1. Contexto Histórico do Racionalismo
Ao longo de toda a história do conhecimento humano e da Humanidade em si, vê-se que o homem sempre tentou compreender o mundo que o cercava. Desde o mito até a atual era da técnica, esse é um problema longe de ser esgotado.
Das cosmogonias e cosmologias gregas chegou-se ao Cristianismo Ocidental medieval. Nesses 10 séculos, sob a hegemonia da Igreja Católica, a Teologia estava em voga e tinha ao seu serviço a Filosofia. A concepção de mundo do homem medieval era teocêntrica e profundamente marcada pela religiosidade, ainda que nem sempre fosse aquela oficial ditada pela Igreja, haja vista que o povo simples camponês, não entendia o culto oficial e, portanto, criava o seu próprio, com mitos, superstições etc.
Entretanto as coisas começaram a mudar e já entre os séculos XIV e XV se percebia que o feudalismo entrava em crise, por razões que não nos cabe analisar aqui. O fato é que, a Idade Média Ocidental compreende aquele período de mais ou menos 10 séculos, entre a queda de Roma e a queda de Constantinopla. Predominava a Igreja, o feudalismo era o sistema que organizava a sociedade em si, herdara-se a Filosofia grega, o direito e o idioma romanos.
Falar de declínio do período medieval, não é falar, portanto, de declínio só de um dos aspectos acima. A queda do sistema feudal foi se dando por mudanças no homem e na sociedade (ao mesmo tempo em que também gerava essas mudanças), o que afetou também a hegemonia clerical.
Como acontecera na Grécia Antiga, o homem precisava agora de outras explicações para a realidade à sua volta. Com o advento das Grandes Navegações, os horizontes se expandiam. O comércio foi refervilhando aos poucos, possibilitou-se o acesso a outras culturas através de suas obras literárias, que foram sendo traduzidas. A Grécia Clássica era redescoberta e as artes sofriam efervescência. Claro que tudo isso com o patrocínio da burguesia, que queria ascender, primeiro socialmente, depois politicamente, não só com benefícios, mas com participação (se não, com detenção mesmo) do poder.
As mudanças queridas, patrocinadas e efetivadas pela burguesia foram se dando aos poucos. Nada disso aconteceu de uma hora para outra, mas com o passar das décadas e dos séculos, culminando na Revolução Francesa.
Outro aspecto a ser ressaltado é que, essa mudança de mentalidade, acarretou mudanças em todas as esferas da sociedade. Das cinzas do Feudalismo, foi se configurando o Capitalismo. Da hegemonia da Igreja Católica, veio o cisma do Ocidente. A nova ética protestante casava muito bem com o espírito do capitalismo e, portanto, com o ideal da burguesia.
Pela própria índole do Capitalismo, a expansão dos mercados era necessária. Era mister que houvesse um espírito aventureiro e científico que possibilitasse a concretização do que se almejava. O homem voltou a ser o centro e a medida das coisas. Era o que pregava o Racionalismo. Não se pode, entretanto, presumir que com isso se nega Deus. Ao contrário, a raiz desse movimento ainda se encontrava na Idade Média. Ele assemelha-se mais à metafísica que ao Empirismo nesse ponto. O próprio Descartes, tido como o pai do Racionalismo, vai procurar justamente afirmar e provar a existência de Deus.
Também não se pode confundir o Racionalismo com o pensamento medieval. A diferença está justamente no sujeito. O Racionalismo devido ao contexto histórico no qual ocorre, procura olhar o mundo com a razão, já não mais dependente da Fé como no período medieval, mas confiando mais no ser humano e suas potencialidades: o enfoque é antropológico. O que se busca não é negar Deus, e sim afirmar o homem, enquanto ser diferente e superior aos demais, porque racional.
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